Evento APDC

31.03
Conferência



CONFERÊNCIA "PORTUGAL EM FIBRA ÓPTICA"

Acelerar investimentos

O Governo reiterou o seu empenhamento na promoção e criação de incentivos aos investimentos em RNG em Portugal. Depois de ter garantido as condições para os operadores poderem avançar, nomeadamente ao nível de incentivos fiscais e da legislação do acesso a condutas e edifícios, pretende anunciar em breve um plano para promover incentivos à construção de Redes de Nova Geração (RNG) em zonas menos rentáveis e onde poderiam não ser desenvolvidos projectos. O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado das Comunicações, no âmbito da Conferência "Portugal em Fibra Óptica - The Smart Investment", realizada pela APDC.
Segundo Paulo Campos, os apoios serão dados a quem investir nessas zonas, sendo aproveitados os dinheiros comunitários acordados na última cimeira para Portugal investir em banda larga em zonas desfavorecidas. O governante adiantou ainda que a formalização da linha de crédito com o BEI - Banco Europeu de Investimentos e com outros bancos comerciais para o financiamento dos operadores nos seus projectos de redes de alta velocidade será também anunciada em breve. Tal como deverão ser rapidamente conhecidos os planos de investimento dos operadores que assinaram com o Executivo o acordo de compromisso para acelerar este ano o desenvolvimento de redes de fibra óptica.
Incentivar inovação nos produtos e serviços
Para além da PT, Sonaecom, Zon, Oni e Cored, foi hoje formalizado o acordo com a DSTelecom, que recentemente anunciou um investimento em fibra na zona do Porto, em associação com a autarquia. Até agora, só a Oni, a Zon e a DSTelecom anunciaram os seus planos. Paulo Campos adiantou ainda, na sessão de abertura da conferência, que depois de garantir as condições para o investimento dos operadores, o Executivo pretende avançar para uma nova fase, em que o objectivo será a promoção de um ambiente que incentive a criação de produtos e serviços inovadores a oferecer sobre as RNG. Estimular o empreendedorismo e incentivar a indústria portuguesa são objectivos. Neste âmbito, a APDC será um parceiro fundamental, prevendo também para breve o anúncio do lançamento de uma iniciativa que será um marco" nesta área.

Na Conferência, em que estiveram presentes mais de 200 participantes, ficou bem evidenciado o papel crucial que as RNG vão desempenhar no processo de ultrapassagem da actual crise financeira e económica mundial. Serão elas as responsáveis por uma recuperação consistente e de longo-prazo, abrindo caminho para a inovação, a produtividade, o emprego e o desenvolvimento social. A crise tem de ser encarada como uma grande oportunidade de mudança e a implementação das RNG alterará drasticamente os modelos de negócio dos operadores de comunicações, sendo também uma oportunidade única para mudar radicalmente o modelo de negócio nos conteúdos, para rever completamente as regras de jogo actuais. Aqui, o papel do sector público será vital, no sentido de garantir e criar estímulos ao investimento em infra-estruturas de alta velocidade e na dinamização do mercado do audiovisua.
No encontro foram apresentados alguns projectos de RNG, nomeadamente a rede de Amesterdão, e também o projecto do Porto, em parceria com a DSTelecom. Nestes, a preocupação não é só a de disponibilizar uma rede aberta a quem quer oferecer serviços e aplicações, mas também a de liderar e promover a disponibilização de novos serviços e conteúdos sobre essas redes para as populações das regiões envolvidas.
A regulação comunitária e dos reguladores sectoriais de cada mercado continuam no centro das atenções. E face aos diferentes exemplos e opções regulatórias que estão a ser implementadas em vários países, de acordo com as condições domésticas específicas, subsistem, contudo, muitas dúvidas e muitas posições quanto à abordagem regulatória mais adequada a esta nova realidade.
Há no entanto consenso em torno da constatação de que as RNG serão críticas na forma como a Europa vai enfrentar a crise, embora a sua concretização dependa da conjugação de vasto número de factores: vontade de investir por parte dos operadores, garantia de um enquadramento regulatório estável e previsível, promoção, pelos governos, das condições mais adequadas ao investimento e coordenação por parte de todos os intervenientes.
Evolução ou disrupção, parece haver consenso em torno do facto de que o arranque das RNG constituirá não apenas uma revolução tecnológica, mas sobretudo o nascimento de um novo paradigma social e económico. Esta é uma oportunidade única que não se deverá perder, até porque na área das redes de alta velocidade a Europa já está suficientemente atrasada e não pode protelar mais os investimentos. As mudanças que se estão a operar nos hábitos de consumo obrigam a uma modernização radical da forma como pessoas, empresas e governos comunicam e interagem.
O crescente consumo de conteúdos multimédia, o aumento da mobilidade e a globalização das operações leva a que a actual rede não seja suficiente para responder à exponencial procura por mais largura de banda. As RNG são, para todos, a resposta mais adequada à esta nova realidade. Seja através da infra-estrutura fixa com FTTH, seja através do cabo com o DOCSIS.3, ou dos móveis, com o LTE. Se se quer ter banda larga disponível para todos, em qualquer lugar e em qualquer equipamento, a indústria, os governos e os reguladores terão de olhar de igual modo para todas as formas de acesso.
 
 

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