Debater as estratégias e alternativas para as cidades em termos de mobilidade urbana foi o objetivo de uma conferência realizada em parceria entre a APDC, CEiiA e Green Project Awards. Projetos inovadores em desenvolvimento e exemplos de boas práticas não faltam. Mas subsistem ainda muitos desafios em termos de soluções de mobilidade que permitam um desenvolvimento sustentável, a criação de riqueza e mais qualidade de vida. A inteligência das cidades está em construção.
Na Conferência e "Cidades e Mobilidade Sustentáveis - Repensar a Mobilidade Urbana e o Futuro Sustentável das Cidades", que decorreu no Auditório do CEiiA, em Matosinhos, debateram-se os vários temas ligados à mobilidade urbana. Este encontro foi uma oportunidade para, em conjunto, se pensar na importância da mobilidade para a recriação das cidades. Debateram-se as estratégias e alternativas para as cidades, perspetivando um futuro que está aí, e promoveu-se a partilha de experiências e boas práticas que contribuem para a construção de soluções inovadoras.
É que as cidades enfrentam um conjunto de desafios que abrem um mundo de oportunidades ao desenvolvimento de iniciativas e estratégias que permitam criar riqueza, mais qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. No seu caminho para serem cada vez mais smarts, a mobilidade assume-se como fundamental. As parcerias são aqui o caminho, para se criarem espaços de experimentação e se trabalhar em conjunto em novas soluções inovadoras que responsam a diferentes realidades e ritmos de desenvolvimento. A inteligência das cidades ainda está em construção, mas já se está a fazer muito.
Como prova o caso do CEiiA, que tem vindo a desenvolver múltiplas soluções, muitas das quais já implementadas em autarquias, tendo em conta as grandes tendências da mobilidade: urbanização, impactos nos custos e nas emissões, colapso do paradigma atual e alterações de comportamentos. Uma aposta que passa pelo desenvolvimento tecnológico e por soluções a pensar no futuro, nomeadamente na eletrificação, conetividade e condução autónoma. Sempre envolvendo parcerias para potenciar as empresas nacionais e centrado no utilizador, que é chamado para o processo de criação de produtos e soluções.
O tema do big data, enquanto tecnologia inteligente para a mobilidade urbana, também esteve em debate. Esta é uma área que assume a maior relevância, tendo em conta, nomeadamente, a aposta crescente nos carros elétricos inteligentes e os carros autónomos. São projetos que implicam conetividade e partilha e gestão de dados. Tal como a crescente apetência pelo carsharing, É que a mobilidade está cada vez mais na agenda, pelo enorme valor que acarretam, desempenhando os dados um papel fundamental nessa criação de valor.
E como articular uma gestão urbana inteligente e desenvolvimento sustentável? Esse foi o tema de um outro debate, onde se debateram os desafios de mobilidade das cidades pela visão dos operadores de diferentes áreas e se mostraram projetos e estratégias para os ultrapassar. Antecipar necessidades, expetativas e preferências dos cidadãos/consumidores é vital, preparando respostas à altura e superando dificuldades. Os dados, a automatização e a robotização são já uma realidade para endereçar os desafios.
No fundo, como destacou o Ministro do Ambiente no encerramento da Conferência, as "cidades são um ponto de encontro de vontades transformadoras" e há que preparar já o futuro, porque o modelo atual de cidades está a chegar ao fim, tendo em conta que se consumem mais recursos do que os que o planeta disponibiliza. "Temos que ser capazes de desenvolver um novo modelo económico, com emprego mais qualificado, com criação de riqueza mais sustentável e criação de bem-estar mais partilhado", destacou João Pedro Matos Fernandes.