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17.11
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Webmorning APDC

CIO: Agente da Mudança

Para fazer face aos atuais desafios de mercado, que obrigam a uma transição digital ainda mais acelerada, num processo que se assume como uma verdadeira revolução, o papel dos CIOs é absolutamente crítico. De tal forma que são mesmo considerados os novos ‘super-heróis' das organizações. Não se trata apenas de introduzir tecnologia, mas sim de ter um conhecimento transversal da organização para saber como usar as soluções tecnológicas para criar valor. O que implica terem que assumir um papel estratégico e contar com o apoio das lideranças e de toda a empresa. Amudança está em marcha, mas há ainda muito por fazer, como ficou claro neste WebMorning da APDC, em parceria com a Logicalis.

O CIO Survey 2021, um inquérito global realizado pela Logicalis nos 28 países onde está presente, revela nesta 8ª edição que os CIO são verdadeiros agentes de mudança nas organizações. Não só podem desbloquear o potencial de dados para impulsionar a estratégia do negócio e acelerar o crescimento, como são os responsáveis por uma cultura de inovação e pelo local de trabalho digital. Nas suas prioridades estão ainda a continuidade do negócio, a resiliência e a mitigação do risco.

Para Neuza Alcobio, Marketing & Communications Director da Logicalis, que apresentou as principais conclusões deste relatório sobre os desafios e oportunidades que os CIOs estão a enfrentar em todo o mundo, estes profissionais viram as suas responsabilidades fortemente reforçadas na sequência da pandemia, num conjunto de competências que se interligam.

Tendo em conta a crescente exigência dos consumidores, que usam cada vez mais o digital, o estudo revela que existe uma pressão crescente para "construir uma relação com os clientes no mundo digital". Cerca de 73% dos CIO afirmam que investiram nesta vertente e 80% garantem que o foco no consumidor nos próximos anos será ainda maior. Para a gestora, "há aqui uma oportunidade de modernização das infraestruturas, para potenciar as oportunidades de negócios no mundo digital e otimizar operações. A adoção de cloud pode acelerar estes objetivos".

Mas como é que as organizações podem desbloquear todo o potencial dos dados, que são o "liquid gold, o combustível para que todos os processos de mudança possam ser bem-sucedidos?". O estudo revela que se a Covid-19 acelerou os planos de transformação digital, cerca de 70% das organizações admite ainda ter dificuldades nesta área. Como destaca Neuza Alcobio, para aproveitar todo o valor dos dados, "as empresas precisam de agilidade tecnológica, capacidade de ganhar escala e de processos mais robustos. Os sistemas baseados em cloud poderão desempenhar um papel essencial". Mas, tendo muitas empresas falta de competências e de recursos internos, um dos caminhos tem passado pela externalização dos processos de negócio, acelerando dessa forma a migração para a cloud. O que significa maiores responsabilidades para os CIOs.

CRIAR CULTURA DE INOVAÇÃO
Outro dos desafios é criar uma cultura de inovação, que surge como uma vantagem competitiva. Que, segundo a responsável da Logicalis, "não é fácil de alcançar, se não estiverem alinhadas 3 vertentes: tecnológica, de cultura da empresa e pessoas". Sem capacidade de inovar, há perda de competitividade, com a falta de adaptação ao ritmo e à exigência dos processos de mudança. O estudo mostra que as áreas de maiores dificuldades são as de aumento da eficiência, racionalização dos fluxos de trabalho e melhoria dos serviços. A adoção de soluções de colaboração robustas, com uma força de trabalho híbrida, contribuirá para esta cultura mais ágil e inovadora.

Com a pandemia todas as organizações ficaram mais frágeis, sobretudo no que respeita às novas formas de trabalho remotas, que trouxeram consigo um aumento dos riscos de segurança. Esta é mais uma das missões dos CIOs, que têm de saber como garantir a continuidade do negócio, a resiliência e a mitigação do risco. Mas o estudo revela que mais de metade das organizações ainda não adotou abordadas de mitigação do risco, o que é preocupante.

No entanto, a maioria das organizações está consciente dos desafios e motivada para se transformar. Esse apoio dos líderes empresariais e de toda a empresa será essencial para os CIOs desenvolverem arquiteturas orientadas para a mudança e a aceleração da transformação digital, concluiu Neuza Alcobio.

Mas como estão, em concreto, as organizações a lidar com o enorme desafio da transformação digital? Apesar dos diferentes setores de atividade, as visões dos oradores que participaram no debate sobre o tema, moderado por Luís Lança, Diretor Comercial da Logicalis, e por Sandra Fazenda Almeida, Diretora Executiva da APDC, são muito similares.

CAMINHO DA DIFERENCIAÇÃO
A CIO da Credibom, Cláudia Alho, destaca as duas grandes dimensões/prioridades da mudança: a tecnológica e a do modelo operaracional. O papel do CIO, na sua perspetiva, "enquanto dinamizadores tecnológicos que estão a mudar o próprio paradigma das organizações, é de olhar para a tecnologia como um diferenciador ao nível estratégico". Até por entende que "a transformação digital é um caminho de diferenciação".

Assim, e na perspetiva tecnológica, destaca grandes segmentos de suporte: a arquitetura e os serviços de integração; a alavancagem dos dados, sabendo como extrair todo o potencial na gestão de parceiros e clientes e reforço da proposta de valor; a componente infraestrutura que passou a ser uma commodity; e uma gestão otimizada através da cloud, que fornece ainda a componente de segurança. Já do ponto de vista do modelo operativo, "o paradigma é de uma estreita colaboração com negócio e IT, com a utilização da novas metodologias e funções para este novo paradigma digital".

Já para a startup portuguesa Sensei, que criou uma solução de IA para o retalho, que permite fazer compras num supermercado sem ter de parar numa caixa, a sua COO não tem dúvidas de que a pandemia foi o maior acelerador da tecnológica. Em parceria com a Sonae, abriram a primeira loja com autonomia tecnológica, para "transformar a forma como os clientes fazem compras", assim como "a forma como as pessoas no retalho operam as suas lojas físicas".

Segundo Joana Rafael, que é também cofundadora da Sensei, a solução permite ainda extrair o valor dos dados que são recolhidos. "No retalho, a operação em loja física é responsável por 85% do negócio em todo o mundo e tudo assenta em dados. Trazer tecnologias como a inteligência artificial e o machine learning para a loja e dar uma nova experiência ao cliente e uma gestão mais eficiente da loja, nomeadamente em termos de stocks, é essencial. As transformações dos últimos tempos têm, sem dúvida, acelerado esta mudança", diz, não tendo dúvidas que tudo está a ser acelerado por gigantes do setor, como a Amazon.

MUDAR PROCESSOS
Já para empresas com um histórico e com sistemas legacy, saber implementar a mudança e a transformação para o digital é um enorme desafio. Até porque se trata de "saber como mudar processos e não despejar tecnologia nos processos", começa por destacar Rui Ribeiro. O General Manager da IP Telecom partilha a opinião de que o CIO é, de facto, um novo super-herói dentro das empresas, porque tem que perceber de negócio, tecnologia, psicologia, logística, integração..."

Há ainda que ter a noção de que "não trabalham sozinhos, mas sim em equipa", pelo que, como o estudo da Logicalis mostra, "as organizações e as suas lideranças, dentro da sua cadeia de valor, têm de colocar as áreas do IT num papel estratégico. Não serem apenas uma atividade de suporte ao negócio, mas ser um motor core na cadeia de valor". Para o gestor, "há muitas temáticas a ter em consideração, pelo que deve ser feita dentro das organizações uma análise e autocritica construtiva".

No setor público, os desafios são similares, mas bem mais complexos em termos de ganhar agilidade e inovação e de mudar procedimentos e culturas. Concordando com a opinião de que "um CIO é um agente impulsionador da mudança e da abordagem", Teresa Girbal, vice-presidente da eSPap, a entidade de serviços partilhados da Administração Pública (AP) salienta que a organização é em si muito tecnológica. Mas há que saber mostrar como se pode fazer melhor, sendo a adoção gradual da cloud "um passo muito importante. Ainda hoje estamos a melhorar a forma de adoção da cloud de forma segura e inteligente na AP, que é uma ferramenta imprescindível para a mudança".

Para Teresa Girbal, "a pandemia foi um dos grandes impulsionadores da tecnologia, mas também veio mostrar que é possível quebrar tabus, como a possibilidade do trabalho remoto. O que traz mais mudanças, uma vez que o trabalho tem que ser medido pelos resultados, quando os processos não se mudaram. Há ainda muito por fazer. Não basta digitalizar e dizer que está a ser feita a transformação digital. Os processos de back office nas entidades ainda não são intuitivos e temos de o garantir".

Temas como a segurança e a escassez de recursos, sobretudo nas áreas tecnológicas, são desafios que há que saber endereçar. "Temos que mudar a forma como abordamos a tecnologia em favor do negócio, porque a tecnologia é um instrumento", alerta.

Sobre as crescentes responsabilidades e tarefas a cargo do CIO, Rui Ribeiro admite que muitas vezes se considera que o "CIO é a solução para tudo, quando ele não faz milagres nem põe as empresas a dar resultados positivos. As lideranças têm que ter a noção clara que há que ter uma estratégia e saber para se vai. E perceber que a estratégia digital tem de ser integrada em todos os processos de decisão".

Para o gestor, "não existe um big bang. As lideranças têm de estar conscientes de que uma empresa anda a várias velocidades e há que saber gerir tudo e em paralelo, garantindo que se evolui numa lógica de convergência. Que não vai parar, porque haverá sempre novos desafios. Há sempre tecnologias disruptivas que mudam radicalmente o mercado".

Claudia Alho tem a mesma perspetiva. Salientando que "a tecnologia é um meio, não um fim em si mesma", diz que "nas organizações, a grande dificuldade é a gestão da mudança e garantir que os processos digitais estão alinhados com os objetivos". Cabe aos CIOs o papel de saber fazer a gestão da mudança, com um "caminho de simplificação e otimização" que permita "uma alavancagem para o negócio, construindo valor".

Já no setor público, onde a adoção da cloud é cada vez maior, o problema é saber fazê-lo bem. Teresa Girbal admite que esse é um problema que subsiste, numa AP com muitos desafios e especificidades, nomeadamente em termos de contratação de serviços e de pessoas. Assim como uma cultura que continua a subsistir de aversão à mudança e a inovação. "É aqui é que o CIO desempenha o seu papel. Tem que ter a capacidade de ter uma escuta ativa e saber onde quer e pode chegar e que ferramentas pode trazer para ajudar o negócio", remata.

VEJA CIO SURVEY 2021 

PROGRAMA

09h30
Boas Vindas

Sandra Fazenda Almeida - Diretora Executiva, APDC
  
09h35
CIO Survey 2021 - Principais Conclusões
 Neuza Alcobio - Marketing & Communications Director, Logicalis
  
09h50
Debate
 · Cláudia Alho - CIO, Credibom
· Joana Rafael - COO, Sensei
·
 Rui Ribeiro, General Managar, IP Telecom
· Teresa Girbal - CIO, eSPap, I.P.

Moderação:
· Luís Lança - Diretor Comercial, Logicalis
· Sandra Fazenda Almeida - Diretora Executiva, APDC
  
10h30Encerramento

ORADORES 



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