Apesar dos avanços, o país continua com problemas estruturais na Educação, que não prepara os jovens para os desafios do século XXI. Uma realidade que colocará, a prazo, o próprio país em risco, num mundo em contínua e acelerada transformação. Introduzir o pensamento computacional no ensino obrigatório é essencial para garantir o futuro, há já vários exemplos de sucesso e a oportunidade é agora. Com uma estratégia bem definida, que envolva todos os stakeholders no mesmo objetivo, num processo que não será rápido, mas que trará, certamente, grandes benefícios ao desenvolvimento social e económico. Estas são algumas das conclusões da Conferência "Living with Technology: Innovation in Education", que juntou a APDC e a ENSICO numa iniciativa híbrida, a partir do Porto.
Logo na abertura, o diretor da FEUP, Prof. Falcão e Cunha, fixou a fasquia avisando que "vamos aprender coisas muito importantes que vão mudar as nossas vidas. E, mais relevante ainda, vão tornar as novas gerações melhores, mais bem preparadas e, por consequência, influenciar a sociedade para que se torne uma melhor sociedade para todos".
Se a transformação digital está a mudar todos os processos e a forma como vivemos e trabalhamos, a "Educação tem mudado pouco e as pessoas continuam a aprender mais ou menos da mesma forma. Deveremos ou não mudar as fundações da Educação, nomeadamente introduzindo o pensamento computacional?", começou por questionar o Presidente da APDC.
Para Rogério Carapuça, que falava na abertura da conferência, será útil perceber "como é que tudo funciona e ganhar capacidade de resolver os problemas e reconhecer os temas. Temos de aprender e de praticar melhor em muitas áreas, diria até que em todas as áreas". Por isso, defende que os curricula deverão ser alterados, num processo que tem de juntar todos os stakeholders, até porque "temos de perceber como mudar e mudar na educação é difícil".
No Reino Unido, desde 2014 que o pensamento computacional foi introduzido nas escolas.
Simon Peyton Jones, Chair of Computing at School, Chair of National Centre for Computing Education e Engineering Fellow at Epic Games, fez um balanço dessa experiência, fez um balanço dessa experiência, começando por destacar que o objetivo foi preparar "os jovens para os empregos que ainda não existem, usando tecnologias que ainda não foram inventadas, para resolver problemas de que ainda não temos consciência", citando Richard Riley, secretário de Estado da Educação norte-americano entre 1997 e 2000.
Na sua experiência, o processo de introdução da disciplina de ciências da computação nas escolas, com a visão de fazer pensar os jovens, "não foi rápido, porque na educação nada acontece depressa. Ainda estamos a trabalhar nisto. Há que reconhecer o desafio". Este projeto envolve já 3,5 mil escolas secundárias e 16 mil escolas primárias, sendo substancialmente diferente do que está a ser desenvolvido em Portugal, onde desde 2020 está a ser desenvolvido um piloto visando a introdução do ensino da computação no ensino básico e secundário. Envolveu, até agora, cerca de mil e quinhentos estudantes desde os 8 aos 15 anos, e tem como pontos fortes a exploração da autonomia curricular, o papel chave dos professores, a parceria com o Ministério da Educação e a capacidade de escalar.
Para o orador, "poderão surgir coisas boas desta aposta. Mas só se poderá fazer um bom trabalho se todos os stakeholders estiverem a trabalhar em conjunto nos mesmos objetivos. Alerta também para os perigos da introdução do pensamento computacional na matemática: a competição entre ambos. Por isso, deixa alguns conselhos. "A Educação é complicada. Mas a lição que fica é: atuem juntos, com uma única voz. Ter toda gente do mesmo lado e com uma única mensagem é fundamental". Considera ainda crítico apostar numa qualificação de grande qualidade, valorizar os professores, deixando claro que são parceiros essenciais, e investir em I&D. Só dessa forma se garante que os jovens se sentirão envolvidos, curiosos, criativos e garantirão competências para o mundo do futuro.
COMO TRANSFORMAR AS MENTES?
No debate que se seguiu, sobre a perspetiva da comunidade científica da computação para todos, falou-se sobretudo da necessidade de preparar os professores para este tipo de ensino totalmente diferente, porque só assim se conseguirá "transformar as mentes dos pequenos alunos", como começou por salientar Simon Humphreys, cofundador e vice-chair do Computing at School, destacando o trabalho notável que já está a ser desenvolvido por muitos docentes.
Tim Bell, cofundador da CS Unplugged e professor da Universidade de Canterbury, considera mesmo as ciências da computação como o "rock and roll" da matemática. "Este ensino deve ser feito antes dos jovens se terem de decidir por uma área. Há estudantes muito jovens já a aprender. Com 8 ou 10 anos devem começar a trabalhar com linguagens de programação, mas é por volta dos 12 anos que realmente aprendem. E os professores são absolutamente cruciais, pelo que têm de ser bem tratados, respeitados e formados. Se não gostarem de fazer isto, provavelmente haverá problemas".
Concretamente no caso nacional, José Nuno Oliveira, cofundador da ENSICO e professor de Ciências da Computação no Departamento Informático da Universidade do Minho, além de investigador do INESC TEC e do INL, diz que pela sua experiência, a "perda do domínio da língua materna está a tornar-se um grande problema no ensino em geral".
Ademar Aguiar, Professor Associado do Departamento de Engenharia Informática da FEUP, Investigador Sénior do INESC TEC e vice-presidente da ENSICO, confirma que os alunos quando chegam ao ensino superior estão mal preparados. "Ter 12 anos de background em ciências da computação em vez de zero anos fará toda a diferença", pelo que garante que, como professor, ficaria muito feliz, pois os alunos estariam mais bem preparados. Estariam "a um nível já de experiência, onde nem sabem o que sabem. Simplesmente o fazem. Seria como ajudar os estudantes a andar de bicicleta, a pensarem mais".
No fundo, trata-se de fazer uma reinvenção do que já se conhece. Mas com a convicção de que "mudar as coisas na Educação demora muito tempo. Temos de ter paciência, definir onde queremos chegar e apostar numa nova geração de professores. Terá de haver uma visão de longo-prazo", alerta Simon Humphreys, para quem "o grande desafio que enfrentamos tem a ver com escala. Será sempre problemática, porque as prioridades políticas na educação vão mudando inevitavelmente e é difícil manter a consistência".
A ENSICO, que tem vindo a defender o ensino da computação para todos os estudantes do ensino básico e secundário, propondo um programa e metas curriculares para promover a literacia e ética digital assente no domínio das ciências da computação, tem já em marcha um projeto piloto.
Segundo Clara Gonçalves, vice-presidente da organização, estão envolvidos mais de 100 professores e educadores, estando a desenvolver-se o projeto em 7 escolas, com mais de mil estudantes. No próximo ano letivo, o plano é estender a 25 escolas de todo o país.
A oradora explica que uma das grandes apostas passa por criar um curso aberto online, para ensinar os professores, assim como produzir um manual com os melhores métodos de educação não formal, divulgar sondagens e análises e manter um estreito contacto com os vários países já com projetos neste âmbito, estabelecendo parcerias e retirando ensinamentos, melhores práticas e resultados.
ENSINO DOS NOVOS TEMPOS, O DESAFIO
Mas como está o "estado da arte" da Educação em Portugal, quais as suas forças e fraquezas? Foi esse o objetivo da sessão dedicada ao design dos curricula, considerando que, apesar do salto qualitativo e quantitativo na Educação que foi dado nas últimas décadas, persistem muitos desafios para enfrentar, para adaptar o Ensino aos novos tempos. Pedro Guedes de Oliveira, cofundador da ENSICO e Professor Emérito da Universidade do Porto, considera que hoje é necessário agir e mudar a forma de ensino desde muito cedo. O que tem de "ser feito com tecnologia, porque vivemos num mundo cheio de mudanças. Dentro de alguns anos, as coisas serão totalmente diferentes. Vivemos num mundo em que tudo parece mágico, mas onde somos muito frágeis. Temos de perceber os problemas, entender este novo mundo e sabermos como nos proteger".
Hélder Pais, líder do Departamento de Desenvolvimento Curricular da Direção-Geral da Educação, destaca os "esforços que têm sido feitos para mudar a forma de ensino em Portugal", assim como o reforço gradual da aprendizagem nas TIC e a aposta, através do Plano de Ação para a Transição Digital, para dotar todas as escolas de equipamentos e acesso à internet, desenvolvendo escolas mais digitais, além de muitos outros projetos em curso. Admitindo que "há ainda muito por fazer", considera que "já demos vários passos na direção certa. Não só nas TIC nos curricula, mas com um largo grupo de competências que os estudantes devem adquirir para endereçar a digitalização".
Uma das decisões recentes tomadas pelo Executivo é a introdução, já no próximo ano letivo, do pensamento computacional no ensino básico, como uma das novas aprendizagens essenciais da disciplina de matemática. João Araújo, Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, não concorda com esta decisão. Defendendo que a computação deve ser ensinada deste o jardim de infância, entende que "não deve ser incluída na matemática, porque são coisas distintas. Definir um curriculum é já extremamente difícil, sobretudo na matemática e nos primeiros anos de escola. É uma tarefa muito exigente e complexa", diz, considerando os argumentos conhecidos como uma ‘overkill fallacy'.
Mónica Vieira, Coordenadora Geral da Iniciativa Educação da Fundação Teresa e Alexandre Soares dos Santos, lembrou que estamos numa nova fase do sistema educativo: "depois do acesso à educação, iniciamos agora um novo capítulo, o da qualidade da educação" e "para aceder à qualidade temos de resolver problemas de linguagem e de leitura. Basta ver os resultados do PISA para perceber que temos de introduzir no sistema de ensino novos conhecimentos e novas ferramentas, como o pensamento computacional, para expandir os conhecimentos e a capacidade de compreender e interpretar".
Mas "saber como ensinar é tão importante como o que se ensina. Temos de pensar no desenvolvimento dos jovens, para ensinar garantindo que aprendem. Para que permaneçam curiosos e envolvidos no ensino", destaca Bibi Groot, Honorary Research Fellow do UCL Institute of Education. A investigadora, que nos últimos anos se tem focado na forma como as pessoas aprendem e se motivam, defende que "em qualquer curriculum de ciências da computação, temos de nos concentrar em como podemos ensinar as coisas que os computadores não fazem. Temos de nos focar na aprendizagem e nas melhores formas de o fazer, combinando novos conhecimentos. É muito importante pensar nas capacidades do século XXI, que estão a evoluir rapidamente. Como criar e persistir. As ciências da computação permitem estar constantemente a resolver problemas, a falhar, a tentar, a testar. Isto são capacidades que usamos cada vez mais constantemente. É uma forma incrível de aprender".
ACELERAR É PRECISO
Já no último painel desta conferência, sobre as perspetivas económicas e sociais das ciências da computação para todos, ficou claro que atualmente, nas empresas, as capacidades do talento para um futuro cada vez mais incerto são consideradas essenciais. Numa intervenção gravada, a CEO do grupo Sonae, Cláudia Azevedo, defendeu que num mundo em mudança a uma velocidade cada vez maior, todos "temos de saber resolver problemas e pensar logicamente. Temos de ser problem solvers, de forma cada vez mais eficiente". Para a gestora, todos estamos já a aprender novas skills e não existe uma skill para a vida, até porque "os robôs farão o que as pessoas não vão fazer no futuro. Será uma transição difícil, mas que terá de se feita".
Segundo a oradora, os jovens terão de aprender a pensar de uma forma diferente, com capacidade para endereçar a mudança, a diversidade e ter muitos pontos de vista para o mesmo problema. "As mudanças nos dois últimos anos mostraram-nos isso. Pensar de forma muito estruturada, com a componente emocional, é essencial. As soft skills farão uma grande diferença na forma de resolver os problemas".
Exatamente por isso, o grupo tem vindo a desenvolver programas para preparar os seus quadros para uma nova realidade. João Günther Amaral, Chief Development Officer da Sonae, diz que "há que preparar os jovens para os seus desafios pessoais e profissionais. Sentimos que ainda não têm capacidade para resolver problemas e precisam de capacidades de comunicação. Aprender a resolver problemas, comunicar e apresentar soluções é crucial neste novo ambiente". É o que têm vindo a fazer no grupo, com a adoção de novas metodologias, nomeadamente a introdução do pensamento computacional. Resultado: "aprendemos que os problemas podem ser divididos em partes menores, a reconhecer os problemas e que muitas das soluções podem ser aplicadas a diferentes problemas. Hoje somos todos problem solvers".
O Porto colocou há muito o talento na agenda, como motor de desenvolvimento económico.
Ricardo Valente, vereador da Câmara com o Pelouro das Finanças, Atividades Económicas e Fiscalização e Pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo, diz que será apresentado em abril um "mapa do talento da cidade", elaborado com o objetivo de o município "reganhar a liderança em termos de desenvolvimento económico no país. Temos o fator talento e estamos numa posição central para construir valor através desta pool de talento massiva que temos, entre Aveiro e Braga".
A estratégia passa pela atração de talento, posicionando a cidade como um negócio com muitos negócios, com o rebranding e o reposicionamento da região para construir uma profissão, uma família e ter uma vida. Trata-se de "uma visão holística da cidade para atrair o melhor talento que podemos encontrar no mundo. E temos tido muito sucesso no alcance destes objetivos do Porto como um hub de talento", garante, através da criação de novas comunidades e estratégias. Sendo "o futuro da cidade uma escolha política, devemos ter uma estratégia para o que queremos desenvolver, embora saibamos que não será fácil, porque estamos a competir com todas as cidades do mundo e da Europa. Mas temos uma posição única, porque Portugal foi redescoberto como safe place. A educação é a base de tudo", remata.
Ainda continuamos a treinar os alunos para o sucesso nos testes, mas esta não é a melhor forma se quisermos educar as pessoas a aprender. Este é o contexto em que ainda vivemos, que temos de aceitar, para evoluir e mudar, como defende Pedro Cunha, Diretor do Programa Gulbenkian Conhecimento. "O nosso sistema é bom, mas não bom o suficiente. Por isso, temos de mudar conteúdos, métodos, espaços, o tipo de profissionais, os parceiros, ter mais empresas envolvidas no processo. Temos de nos preparar para uma realidade em que, em média, cada miúdo que está hoje no liceu terá 11 empregos diferentes", alerta.
Para este responsável, há que "aprender de tudo e bem", sendo um desafio equilibrar esta necessidade com um mundo em rápida mudança. Assim, defende 4 dimensões-chave de conteúdos nos curricula para o futuro: o conhecimento, que é a base de tudo, para criar uma geração de pessoas que fazem coisas, que produzem, criam e que são capazes de contribuir com as respostas certas; a capacidade de usar este conhecimento, com criatividade, pensamento crítico, colaboração, comunicação, diferentes línguas, que são chaves para o sucesso; as skills do século XXI, como liderança, responsabilidade, resiliência, adaptação; e ensinar as pessoas a readaptarem-se e estarem preparadas para reagir nos diferentes contextos, ou seja, educar as pessoas para aprender, que é a área menos endereçada na nossa escola. Investir nestas áreas é, na sua perspetiva, "a única forma que podemos passar do ‘made in Portugal' para o ‘created in Portugal'.
Este é um dos grandes propósitos do INCoDe.2030, como refere a sua coordenadora geral e presidente do .PT. Para Luísa Ribeiro, a "literacia digital é a melhor forma, provavelmente a única, para endereçar o desafio da equidade na Educação", pelo que se está a trabalhar em parceria com entidades públicas e privadas para reduzir o digital divide e criar uma sociedade mais justa. "A educação é o que nos torna resilientes e a educação digital é agora fundamental. Queremos fazer a diferença neste âmbito em todas as faixas etárias", salienta.
E como vê um jornalista esta temática? Manuel Carvalho, editor do Público, refere que "Há muito tempo que a Educação é vista apenas pelas capacidades económicas, produtividade e concorrência. Às vezes não olhamos como deveríamos para as demais dimensões, para o compromisso ou o respeito pelos valores humanos. Precisamos de mais humanismo na forma como discutimos e olhamos para educação", defendendo que os media têm aqui um papel relevante a desempenhar.
No encerramento desta iniciativa, Luís Neves, cofundador e presidente da ENSICO,apelou a um sentido de urgência na mudança, "porque estamos atrasados, demasiado atrasados". Na perspetiva dos fundadores da ENSICO, há que avançar rapidamente, na que é "uma última oportunidade". Se colocarmos um fim nisto, e não tivermos sucesso, teremos um grande problema. Mas se o conseguirmos fazer, faremos algo que permanecerá para sempre". Para este responsável, o problema no país é que "falamos muito de fazer as coisas, mas nada acontece. Parece que temos todo o tempo do mundo", mas na sua ótica "a oportunidade é agora e para fazer tão depressa quanto o conseguirmos".
APRESENTAÇÕES PARA DOWNLOAD- ERASMUS PLUS and CS4All - Clara Gonçalves. Vice President at ENSICO - Link
- The Power of Computational Thinking - Simon Peyton Jones. Chair of Computing at School, Chair of National Centre for Computing Education, Engineering Fellow at Epic Games - Link
- Luís Neves. Co-founder and President at ENSICO. Why now and ever? Link
VÍDEOS POR SESSÃO
- Opening Session - Link
- PART I: Computer Science for All: Scientific Community Perspectives - Link
- PART II: Computer Science for All: Overall Curriculum Design - Link
- PART III: Computer Science for All: Social and Economic Perspectives - Link
PROGRAM
08:30 Registration
- Falcão e Cunha. Dean | Director at FEUP.
- Rogério Carapuça. President at APDC, Fórum Portugal Digital.
09:05 - 9h40 Opening Address: The Power of Computational Thinking
- José Nuno Oliveira. Co-founder of ENSICO, Professor of Computer Science at the Informatics Dept. of University of Minho, Researcher at INESC TEC and INL.
- Simon Humphreys. Co-founder and Vice-Chair of Computing at School.
- Ademar Aguiar. Associate Professor at Department of Informatics Engineering (FEUP), Senior Researcher at INESC TEC, Vice-President at ENSICO.
- Tim Bell. Co-founder of CS Unplugged, Professor at University of Canterbury.
Panel Moderator: Luís Neves, ENSICO
10:45 - 10h55 Coffee Break
11:00 - 11h15 ERASMUS PLUS and CS4All
- Pedro Guedes de Oliveira. Co-founder of ENSICO, Professor Emeritus at University of Porto.
- João Araújo. President at Portuguese Mathematical Society.
- Bibi Groot. Honorary Research Fellow at UCL Institute of Education.
- Mónica Vieira. General Coordinator at Teresa and Alexandre Soares dos Santos Iniciativa Educação.
- Hélder Pais. Head of Curriculum Development Department at the Directorate-General for Education.
Panel Moderator: Inês Guimarães, ENSICO
12:15 - 13h10 PART III: Computer Science for All: Social and Economic Perspectives•- (*) Cláudia Azevedo | João Günther Amaral. CEO | Chief Development Officer at SONAE.
- Ricardo Valente City Councillor for Finance, Economic Activities and Monitoring and City Councillor for Economy, Employment and Entrepreneurship
- Pedro Cunha. Director of the Gulbenkian Program for Knowledge at Calouste Gulbenkian Foundation.
- Luísa Ribeiro. Chair at .PT, General Coordinator at INCoDe.2030.
- Manuel Carvalho. Editor at Jornal Público.
(*) previously recorded video.
Panel Moderator: Clara Gonçalves, ENSICO