Evento APDC

18.06
Outras iniciativas



Webinar APDC em aliança com a ManpowerGroup Portugal

COVID-19 Digital Reply – Back2Business: Safely Back to Work

As empresas começam a repensar os seus modelos de trabalho e a ouvir as suas pessoas para poderem definir planos e tomar decisões. A adoção de um modelo híbrido de trabalho surge como a solução mais adequada para o futuro, desempenhando a tecnologia um papel essencial, ao tornar muitos dos processos até agora físicos em modelos totalmente digitais. Há procedimentos básicos a adotar, para garantir um regresso seguro, ágil e rápido ao novo normal, que permita em simultâneo acelerar a recuperação económica. Estas foram algumas das conclusões do webinar do Ciclo COVID-19 Digital Reply: Back2Business, realizado em aliança com a ManpowerGroup.

Como os "tempos extraordinários requerem medidas extraordinárias", os gigantes mundiais de recursos humanos, sendo dos maiores empregadores do mundo e em Portugal, juntaram-se para criar a Aliança Safely Back to Work. Depois de uma partilha de experiências, têm como meta influenciar os decisores políticos, transmitir confiança a clientes e trabalhadores e colaborar e partilhar as best practices. Para isso, já elaboraram dois white papers destinados a dar resposta ao "inicio de uma nova realidade onde, além de se proteger a segurança das pessoas, tem agora que se olhar também para uma recuperação, que tem de ser forte", começou por referir Rui Teixeira, COO da ManpowerGroup Portugal, na apresentação desta aliança.

Estes dois documentos agregam mais de 400 medidas, sendo que pelo menos 85 são totalmente transversais a todas as organizações. Para o responsável, uma das prioridades fundamentais para as empresas terá de ser a garantia do bem-estar físico e emocional dos seus trabalhadores. Outra passa por uma comunicação constante, transparente e clara, baseada em factos. Assim como a definição de valores e propósitos, enquanto elementos agregadores e diferenciadores. Estar alerta e com foco na inclusão é também considerado essencial.

E quais são as recomendações para a definição de um plano de regresso seguro, ágil e rápido para o novo normal, que permita acelerar a recuperação económica? Rui Teixeira refere que terá de passar pela identificação e controlo dos riscos, pela avaliação e desenvolvimento de um roadmap e respetivo plano de ação, e por uma implementação rápida e eficaz, que permita avaliar e medir de forma constante. Para a definição deste plano de regresso ao trabalho, o gestor destaca algumas recomendações: envolvimento de todos os trabalhadores, benchmark das melhores práticas, abordagem conjunta para novas formas de operação, comunicar amplamente e frequentemente e, "absolutamente essencial", apostar na formação das pessoas, especialmente nas PME.

Citando o futurista Gerd Leonhard, Sandra Fazenda Almeida, Diretora Executiva da APDC, destacou que aquele considera que as mudanças forçadas por esta pandemia serão permanentes e alcançarão a economia, sociedade, política, ambiente e ciência. Prevendo-se um impacto similar ao da Grande Depressão e da II Guerra Mundial. E há mais pronósticos que os futuristas fazem para o mundo pós-coronavírus, como referir que vamos assistir à maior transição laboral da história e que a tecnologia ficou ainda mais poderosa, depois do confinamento obrigar à utilização massiva do online para fazer praticamente tudo. Citou ainda um recente estudo da Xerox que antecipa que 82% dos trabalhadores deverão voltar ao escritório entre 12 a 18 meses.

No SAS Portugal, a pandemia apenas veio impor de forma massiva uma prática que a companhia já utilizava há muito, uma vez que muitas equipas já funcionavam de forma virtual. Luísa Aguiar, HR Business Partner, destaca que depois desta experiência foi realizado um survey aos trabalhadores e 85% consideraram que foi fácil a transição para o trabalho remoto e que tinham todos os meios para o fazerem. Mais: a empresa ainda está em teletrabalho e começa a preparar agora o regresso, tendo que ter em consideração que, segundo o survey, 90% dos funcionários querem manter um modelo híbrido de trabalho e destes, 30% preferem mesmo apenas o teletrabalho.

A solução para o regresso ao posto de trabalho está a ser pensado a nível internacional, mas a gestora acredita que terá de ser híbrido, tendo em consideração o que querem as pessoas e o que cada uma vai escolher. "Acredito que isto vai transformar a forma de trabalhar e o escritório em si, que terá de ser também reformulado e humanizado", refere.

Na NOS, o caminho parece ser similar. João Raposo, Sales Director do operador, explica que há realidades distintas: operação, lojas e corporate. Mas exemplifica com o caso dos call centers, que envolvem três mil pessoas, sendo uma operação complexa, pela sai dimensão, diversidade e número de parceiros, entre os quais a ManpowerGroup. Nesta área, o plano que está a ser traçado passa por trazer as pessoas de volta de uma forma gradual, mas desde que estas o queiram.

Assim, também fizeram um survey interno e vão agora avançar, em julho, com o regresso ao local de trabalho de 15% do efetivo, com um processo que visa garantir todas as regras de segurança. Haverá pessoas que passam a trabalhar aqui em permanência, outras que optara por um modelo híbrido e outras em teletrabalho. "A disponibilidade das empresas para o teletrabalho é agora outra, completamente diferente. Mas estamos a dar passos que são escorregadios e temos de ter muito cuidado. Por isso, os planos de comunicação são essenciais", destaca João Raposo.

Na própria ManpowerGroup, estão exatamente como as demais empresas. Por agora em modelo remoto, mas também têm muitas pessoas que querem voltar e outras que não, explica Rui Teixeira. O gestor não tem dúvidas de que terá de haver uma gestão totalmente diferente do espaço físico da empresa, mas no seu caso específico, terão de ser alinhadas com as estratégias dos clientes. De qualquer forma, a meta é regressar ao posto de trabalho muito ponderadamente, com as medidas a serem adaptadas a cada caso, porque as realidades são distintas.

João Raposo acrescenta que quanto mais medidas em termos de segurança forem tomadas, mais impactos pessoais e económicos terão. Pelo que o "segredo" está em encontrar o equilíbrio certo entre estas três variáveis, que não "jogam" umas sem as outras, mas o processo não é fácil, porque tudo está a mudar.

Certo também para todos os oradores é que a tecnologia vai ter um papel cada vez mais importante, porque muitas atividades que eram até agora realizadas fisicamente, como a contratação ou a formação de recursos, deverá passar a ser feita em formato digital. Há "megadesafios e a tecnologia pode ser a resposta a isso", diz o responsável da NOS. Luísa Aguiar acrescenta que este papel central da tecnologia "é inevitável e obrigatório" e que nos SAS muito já está a mudar com a utilização do online. Haverá muitos modelos que vão passar a ser remotos, tendo a tecnologia um papel cada vez mais essencial. Como refere Rui Teixeira, "uma empresa como a nossa, não vive de tecnologia, mas não vivemos sem tecnologia. Acredito que o modelo híbrido veio para ficar e que a tecnologia se vai massificar".