Este encontro do o líder da Zon, Rodrigo Costa, encerrou o Ciclo de Jantares realizados ao longo desde ano para a dar a conhecer as visões dos principais líderes dos grandes grupos de comunicações portugueses e o contributo que propõem para Portugal num momento tão complicado da vida nacional, europeia e mundial. Segundo Pedro Norton, que cessou funções como presidente da APDC no final de novembro, mas que ainda participou nesta ultima iniciativa, onde destacou a Zon como um excelente exemplo de mudança, crescimento, modernidade e de inovação que existe nas comunicações.
O líder da Zon começou por referir o trabalho desenvolvido pelo sector das TIC nos últimos doze anos, destacando não fazer "comparações com outras empresas. A questão não é dizer quem é o melhor ou o pior. Somos todos bons, fizemos um trabalho excepcional". Registou-se um enorme progresso em todas as áreas das comunicações, com ritmos de crescimento que em alguns casos de multiplicaram por 100, "o que é extraordinário. Tudo "graças a muito investimento, muitas horas de trabalho, muita concorrência e muita rivalidade".
Mas se o sector cresceu, registou ao mesmo tempo uma perda de valor em termos de receitas, que se acentuaram muito nos últimos dois anos. Rodrigo Costa garante que "não há ninguém que neste momento possa dizer que está numa fase ascendente. Todos nós estamos debaixo de pressão". Todos têm preocupações de crescimento, de rentabilidade, de regulação. Mas também todos sabem "quais são os pontos fracos e quais são as áreas em que ainda há coisas a fazer". E se é " muito difícil fazer uma projeção para os próximos três anos", o gestor não tem dúvidas de que todos os players do mercado estão preocupados e muito atentos. E não se mostra muito preocupado num cenário a mais longo-prazo: "continuamos a ter um sector extraordinariamente atrativo". Há que continuar a investir e a apostar no serviço ao cliente, assim como acompanhar o progresso da tecnologia. E, ultrapassados os dois próximos anos de maiores dificuldades, acredita que "o país vai melhorar" e o sector voltará a crescer.
Olhando para o desenvolvimento do projeto da Zon, o orador convidado, destaca a rapidez da evolução que o mercado tem conhecido e que conduziu o grupo, quanto arrancou autonomamente, depois da cisão da PT, em Novembro de 2007, a ganhar capacidade de resposta ao desafio do serviço ao cliente. O que obrigou a uma transformação completa, que teve de passar por um investimento sem precedentes. "Somos uma das empresas que mais investiu em Portugal em infraestrutura nos últimos cinco anos. De 2008 a 2012 tivemos um ciclo de investimento brutal. Refizemos a nossa rede, adotámos tecnologias mais modernas, alterámos processos, mudámos sistemas", num verdadeiro ciclo de transformação que levou a empresa, nos últimos dois anos, aos seus dois melhores anos, com uma total alteração do seu portefólio de produtos e a aposta na platafdorma ‘Iris' para os clientes topo de gama.
Já 2012 "tem-se revelado o ano da consolidação da inovação dentro da Zon", numa aposta efetiva que está na cultura da empresa e na sua forma de sentir e que levou a inovações como o recente serviço ‘ Timewarp', uma estreia mundial que resultou de um "trabalho foi essencialmente feito dentro de casa, com muito apoio de engenharia de parceiros nossos". Os resultados obtidos pela empresa mostram que "vale a pena inovar".
E esta é uma aposta que deveria ser de todo o mercado. Até porque "Portugal está na linha da frente" na qualidade de serviço e software, nos recursos humanos e na tecnologia disponível, que deveria incentivar os players do mercado a trabalhar dentro do país e a levar a sua experiência para o exterior, como fez a Zon com a internacionalização para Angola e Moçambique. O CEO do grupo admite, no entanto, que a área móvel é uma fragilidade, porque em Portugal " não há grande preocupação em que este tipo de solução (dos MVNO) funcione em termos comerciais bem". Apesar de se mostrar satisfeito com a operação móvel do seu MVNO, Rodrigo Costa não tem qualquer dúvida de que "se tivéssemos uma operação maior, como mais capacidade e mais autonomia, seria o ideal". Não a tendo, e convivendo bem com a situação que tem, garante que a empresa "procura fazer o seu trabalho bem feito. Confesso que na área móvel não fazemos um trabalho mais bem feito porque não podemos".
Este foi o quarto e último jantar-debate deste ano, num ciclo iniciado por António Coimbra (Presidente e CEO da Vodafone Portugal até Agosto de 2012), seguindo-se Miguel Almeida (CEO da Optimus) e Zeinal Bava (CEO da PT).