Em parceria com a ACEPI e MMA
Mobile Forum Portugal
A APDC, a ACEPI e a MMA realizaram a 3ª edição do Mobile Forum Portugal. A iniciativa visou fazer um ponto de situação e traçar perspetivas sobre o negócio da mobilidade no mercado nacional. Mostrando, em paralelo, o que de melhor os players estão a fazer numa área que assume uma importância verdadeiramente estratégica na Economia Digital e que é hoje uma realidade para todos os utilizadores, sejam empresariais ou individuais. O tema de fundo foi "Breaking into the Future".
Enquadrando o tema da mobilidade e a sua importância na sociedade e na economia, João Couto, membro da Direção da APDC, referiu na abertura da conferência que a indústria das TIC está a passar por "uma fase extraordinária de desenvolvimento", com o móvel a mudar tudo, tanto em termos pessoais como profissionais. E sendo esta uma realidade irreversível e crescentemente dominante, o potencial para as TIC é enorme com esta verdadeira "transformação digital". Um processo que implicará novos modelos de negócio para dar resposta a uma economia digital global e centrados no cliente e nos novos canais de interação. "Cabe-nos a nós, nas TIC, colocar de novo o setor na rota do crescimento. Temos que parar a destruição de valor dos últimos anos", concluiu.
O mobile é cada vez mais, para João Matos Gomes, Responsável de Consulting Services da Capgemini Portugal, uma verdadeira e uma das mais importantes utilities. Na sua intervenção sobre "Mobile: Tendências e Principais Indicadores", considera que o móvel está a mudar dramaticamente o mundo, tendo possibilidade verdadeiramente transformacionais. E perante uma utilização cada vez mais intensiva do mobile, não tem dúvidas de que os operadores vão continuar a ser uma peça-chave perante as exigências de reforço da capacidade da rede e das necessidades de investimento num mercado onde o crescimento da adesão aos smartphones não tem paralelo. E vai continuar a crescer acentuadamente. Este é um negócio com áreas que já estão numa oferta madura, mas onde existe ainda um enorme potencial para fazer muito mais, sendo um verdadeiro "acelerador de mudanças de hábitos e de transformação de negócios", além de potenciar a criação de muitos outros. Tudo terá que se centrar cada vez mais em fornecer uma experiência de utilização".
"Mobile: Novos Serviços e Soluções"
E há cada vez mais exemplos de empresas e de serviços e soluções de sucesso assentes no mobile. Como ficou bem claro nesta sessão, onde foram apresentados vários casos e estratégias, que provam que o mobile veio criar novas e múltiplas oportunidades de negócio. E há todo um potencial de novas oportunidades por explorar, especialmente no mercado português, onde o processo ainda está apenas a começar. De acordo com Jean-François Gaudy, CIO da GFI, a mobilidade está muito ligada à inovação, sendo conceitos integrados. Mas há problemas que ainda é preciso resolver, como a questão fundamental da segurança e a sincronização de sistemas com o contexto do utilizador. Há ainda que desenvolver apps nativas que respondam às necessidades e expetativas dos clientes, uma estratégia desenvolvida pela GFI para permitir responder às necessidades de mercado e acrescentar valor. Nomeadamente trabalhar dados em tempo real, sincronizados, assim como comunicar integrando todos os dados.
Também Joaquim Santos, CTO da Ericsson Portugal, defende que numa sociedade em rede, a mobilidade é um tema chave. Com a tecnologia acessível a todos, o que fomenta a inovação e a transformação, a realidade de mercado mostra que a adesão é cada vez maior. O que exige dos operadores uma maior capacidade de rede, cada vez mais valorizada pelo utilizador. Paula Panarra, Diretora de Marketing/Operações da Microsoft Portugal, destacou os casos e experiências o mercado nacional, que se estão a multiplicar. Nomeadamente de pequenas empresas que já nascem globais, assentes em aplicações móveis, mostrando que em Portugal. Um desses exemplos é o da SIBS, que está a responder á crescente utilização dos smartphones e à mobilidade soluções de pagamentos online móveis que tragam ao cliente segurança, conveniência e conforto.
Como refere Teresa Mesquita, Diretora Departamento de Gestão de Produto da SIBS, a oferta do MB Way é de um multibanco no telemóvel, que pode ser utilizado para comprar online, introduzindo um novo conceito de pagamento que facilita a vida das pessoas
No debate que se seguiu, moderado por Fátima Caçador, ficou claro que há no mercado nacional muito potencial para ter pequenas empresas de tecnologia com negócios globais. E que as gerações mais novas preferem cada vez mais este tipo de soluções. No entanto, este é um processo onde ainda há bastante por fazer, nomeadamente ao nível das organizações, onde a adoção de soluções internas de mobilidade requer uma alteração nas formas de trabalho que por vezes é difícil. Subsistem ainda problemas em torno da privacidade e segurança. Sendo o nosso país inovador, há que apostar numa costumer experience melhorada das aplicações para promover a sua utilização.
"Mobile em Portugal: onde estamos e para onde vamos?"
Fazer um ponto de situação do mobile em Portugal e traçar perspetivas foi o objetivo desta sessão, que reuniu os três operadores convergentes de comunicações nacionais e o maior vendedor mundial e nacional de smartphones, a Samsung. Tiago Flores, Diretor de Marketing de Produto da subsidiária nacional da fabricante considera que a mobilidade é uma "oportunidade nunca antes vista" mas também um desafio, numa mudança que está a ser liderada pelo consumidor. Especialmente o consumidor da geração millenium. É nele que as empresas têm que estar focadas, respondendo a tendências como a convergência entre o pessoal e o profissional e às crescentes exigências de segurança, privacidade e gestão do equipamento. E o potencial dos smartphones ainda é enorme em termos de novas soluções e aplicações.
Passar do negócio móvel para o mundo da convergência foi o desafio da Vodafone, de forma a responder a novas necessidade e padrões de consumo. "Estamos focados no cliente e nas suas necessidades. É essa a prioridade: responder ao que o mercado exige", garante António Margato, Consumer Marketing Director da Vodafone Portugal. Com o investimento na rede fixa e na rede móvel, da ordem dos 500 milhões de euros, a empresa pretende "dar a melhor qualidade de serviço, onde quer que seja, independentemente da tecnologia", assim como desenvolver novas ofertas para novos padrões de consumo, como a integração de dados nos pacotes de ofertas e de novos conteúdos.
A estratégia da NOS não é diferente. Passa pela aposta na convergência para ganhar mercado, alavancando-se nos seus ativos. Para Duarte Sousa Lopes, Diretor responsável pelo negócio Móvel, há ainda muito a fazer no segmento pessoal na simplificação das ofertas e em integrar o acesso a dados. Com a aposta na qualidade da experiência e uma oferta cada vez mais integrada. Na PT Portugal/Meo, a alteração acionista não veio alterar a abordagem de mercado. "Em Portugal temos qualidade de serviço acima da média. Somos um país de charneira em termos de cobertura", destaca João Epifânio, o Diretor responsável pelo negócio Móvel do grupo agora controlado pela Altice. Sendo que todos os concorrentes partilham as mesmas metas na convergência, uma tendência que é europeia e que deverá ser a regra em todo o lado em breve, ela "traz sinergias para o cliente e redução de preço. Há uma logica de desconto de quantidade que consumidores percebem". Para este responsável, "temos um ecossistema muito competente e inovador no nosso país que vai continuar a trazer melhores serviços ao mercado"
No debate que se seguiu, moderado por Francisco Maria Balsemão, Vice-Presidente da ACEPI, ficou claro que as aplicações e conteúdos a desenvolver têm que ser cada vez mais multi-screen. Que, em conjunto com o vídeo e a convergência, são tendências inevitáveis. Um dos desafios atuais, para responder ao crescimento exponencial do consumo de dados móveis, é o de encontrar o modelo de negócio certo para monetizar essa oferta. É preciso apostar em mais do que a mera passagem de dados pela rede dos operadores, recorrendo nomeadamente a parcerias com produtores de conteúdos e pela disponibilização de serviços com conveniência e simplicidade. Há que garantir a sustentabilidade do negócio, com um pricing razoável que justifique os investimentos e que crie valor para o cliente, travando-se a tendência de queda de receitas a que se tem vindo a assistir.
A neutralidade das redes foi outro tema em destaque. Considerando que os OTT's, com as suas ofertas, tornaram ainda mais relevante a mobilidade, os participantes destacaram no entanto que há uma apropriação muito desproporcional dos players da Internet das redes. Defendem, por isso, que há que discutir o tema da neutralidade das redes. Se esta é uma condição crítica de desenvolvimento socioeconómico, não poderá ser implementada uma neutralidade absoluta. Os operadores têm que ter a possibilidade de diferenciar os serviços ao cliente final em função do que é disponibilizado. Com segmentação de ofertas de acesso. E os responsáveis da Vodafone, NOS e PT Portugal fizeram mesmo uma autocritica à estratégia que têm vindo a desenvolver de darem mais serviços e inovação a preços mais baixos, destruindo valor. Num setor onde tudo muda muito rapidamente, há que pensar novos modelos de negócio e estar sempre preparado para a mudança a alta velocidade. A Internet das coisas foi outro tema onde consideraram que há um enorme potencial de novas oportunidades, tanto no segmento empresarial como do consumo. Embora neste a evolução se preveja muito mais lenta.
Programa
08:45
RECEÇÃO AOS PARTICIPANTES
09:00
SESSÃO ABERTURA
Alexandre Nilo Fonseca
- Presidente
- ACEPI
João Couto
- Membro da Direção
- APDC
09:30
MOBILE: TENDÊNCIAS E PRINCIPAIS INDICADORES
Joao Matos Gomes
- Responsável de Consulting Services
- Capgemini Portugal
10:00
MOBILE: NOVOS SERVIÇOS E SOLUÇÕES
Fátima Caçador
- jornalista
Jean-François Gaudy
- Chief Innovation Officer
- GFI
Joaquim Santos
- CTO
- Ericsson Portugal
Paula Panarra
- Diretora de Marketing/Operações
- Microsoft Portugal
Teresa Mesquita
- Diretora
- SIBS
11:15
COFFEE BREAK
11:45
MOBILE EM PORTUGAL: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS?
Francisco Maria Balsemão
- Vice-Presidente
- ACEPI
António Margato
- Consumer Marketing Director
- Vodafone
Duarte Sousa Lopes
- Diretor responsável pelo negócio Móvel
- NOS
João Epifânio
- Diretor responsável pelo negócio Móvel
- PT
Tiago Flores
- Diretor Marketing Produto
- Samsung Portugal
13:00
ENCERRAMENTO
Vai acontecer na APDC
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Decorre a 19 de novembro, envolvendo várias entidades, como a APDC
2024-11-20
3º webinar do ciclo Metopia | APDC & XRSI