Ciclo de Jantares-Debate 2009
PT quer fibra para crescer
O investimento em fibra óptica terá um contributo decisivo para a competitividade e sustentabilidade de Portugal, ao promover uma economia mais produtiva e competitiva e contribuir de forma significativa para o ambiente e o reforço do bem-estar social. As redes de nova geração permitirão uma concorrência baseada na inovação tecnológica, com criação de novos modelos de negócio e uma maior eficiência e eficácia operacional das empresas. E, ao mesmo tempo, promoverão uma nova era em áreas-chave de actuação social, como a saúde, educação e Estado, assim como contribuirão para a sustentabilidade ambiental. Esta é a visão da Portugal Telecom, que está empenhada nesta aposta, de forma a reforçar a sua estratégia multi-plataforma e numa oferta em rede.
Esta foi a mensagem do presidente executivo do grupo de comunicações, que quer trazer para Portugal "os melhores serviços do mundo", tanto para o segmento residencial como empresarial. "Temos de investir na largura de banda, nas melhores soluções de rede. E o ano de 2009 foi por nós baptizado como o ano da fibra óptica", afirmou Zeinal Bava, que foi o orador-convidado do segundo encontro de um ciclo de jantares-debate com os protagonistas dos grandes grupos de comunicações nacionais.
No entanto, para que o grupo avance em concreto com os seus investimentos nesta área, Zeinal Bava voltou a defender a urgente e necessária clarificação regulatória. "Este é um investimento fundamental para que a PT possa fazer evoluir a sua oferta de televisão. Mas o que faz falta no nosso país é ter-se a coragem de se definir como avançar nesta área, permitindo ao grupo investir em força". Até porque a fibra "terá um impacte estruturante em Portugal" e a "visão de futuro da PT para o negócio assenta numa estratégia de desenvolvimento agressivo de uma rede de acesso em fibra". O líder da PT vê as redes de alta velocidade como " uma oportunidade para inventar o futuro no nosso País", destacando que "os países que mais investirem em I&D serão os melhores preparados para enfrentar a crise e sair dela o mais depressa possível".
Confiança no futuro
Segundo Zeinal Bava, "olhamos o futuro com confiança. Vamos continuar a apostar na internacionalização e no crescimento em Portugal. Acreditamos que a PT vai continuar a crescer. Porque é esse crescimento que garante a independência e a viabilidade a longo-prazo". E admite que as metas do grupo para o próximo triénio "são muito ambiciosas e até agressivas". O objectivo é alcançar em 2011 a meta dos 100 milhões de clientes, face aos cerca de 70 milhões que tem actualmente. E aumentar a exposição ao negócio internacional, que deverá representar cerca de dois terços das receitas totais da incumbente dentro de três anos. No mercado doméstico, o objectivo é ser líder incontestado em todos os segmentos de negócio: televisão, banda larga e voz.
Em 2008, da carteira total de 70,4 milhões de clientes, o grupo tinha 64% no mercado brasileiro, 21% no continente africano e 15% em Portugal. Em termos de receitas, o mercado brasileiro representava 47% do total, enquanto África era apenas responsável por 3% e o mercado português por metade das receitas. A PT está presente num total de 14 países, de acordo com uma estratégia de aposta em três mercados-chave: Portugal, Brasil e África. Porque acredita que "é nestas regiões que podemos acrescentar valor e alavancar as qualidades da PT".
Zeinal Bava garante que os 33 mil a 34 mil colaboradores da PT "estão à altura de garantir que o grupo consiga alcançar os seus objectivos", reafirmando que não há intenções de cortar o quadro de trabalhadores. Isto apesar do enquadramento económico actual fazer das metas do operador histórico metas ainda mais ambiciosas. A PT quer ser "uma referência e, dentro de três a seis anos, quer ser um dos campeões da sustentabilidade nos mercados onde está presente". E "estamos convencidos de que as metas a que nos propomos estão ao nosso alcance". No Brasil, o líder da PT espera alcançar os 6 milhões a 65 milhões de clientes da operadora móvel Vivo, até porque nesse mercado é mais fácil crescer organicamente que em Portugal.
Mas mesmo no mercado nacional, onde a concorrência é forte, o grupo conseguiu crescer no negócio fixo e no negócio móvel, tendência que se manteve no primeiro trimestre deste ano. Zeinal Bava admite que é em Portugal que "temos maiores desafios operacionais e onde a imaginação da nossa equipa é fundamental. Há que reinventar o futuro, o que passa pela aposta no investimento em inovação." Actualmente, a PT investe cerca de 2,5% das suas receitas em investigação e desenvolvimento.
O lançamento da oferta de televisão, através do meo, tem potenciado a transformação do negócio residencial, através de uma oferta inovadora, de uma estratégia multi-plataforma, de uma extensa rede de distribuição e de instalação e de uma comunicação disruptiva. E, seguindo esta estratégia multi-plataforma, Zeinal Bava garante que o grupo assegurará a cobertura total do país com televisão digital terrestre em 2010, o que reforçará a adesão ao meo. Actualmente, cerca de 40% dos clientes de ADSL da PT já são clientes do serviço de televisão.
O grupo está neste momento concentrado no arranque do projecto-piloto da plataforma gratuita de TDT, previsto para 29 de Abril. E, depois da Airplus ter desistido de contestar a vitória da PT no concurso para a plataforma paga, o grupo está agora a analisar o projecto, prevendo o anúncio de novidades neste âmbito aquando do lançamento do piloto da TDT gratuita. Zeinal Bava afasta a hipótese de não avançar com a plataforma de tv paga, que se destina a complementar a sua estratégia de tv paga para o segmento de mercado de menor poder de compra, mas adianta que o projecto terá de ser reanalisado, uma vez que foi travado em cerca de 9 meses pela impugnação judicial da Airplus.
E garante: "Vamos trabalhar para colocar Portugal na vanguarda do que é digital terrestre na Europa. O compromisso da nossa gestão é esse". Apesar de voltar a deixar claro que o mercado da televisão é muito competitivo e que o operador dominante, a Zon, tem "uma vantagem muito forte na área dos conteúdos".
Vai acontecer na APDC
2024-10-09
Decorre a 9 de outubro, em Lisboa