Evento APDC

20.09
Outras iniciativas



Evento reúne mais de 80 empresários para debater conjuntura económica

Ricardo Reis em Jantar Reservado APDC com Axians

A ameaça de recessão que paira sobre as economias europeias e que deverá ocorrer em 2024 não será culpa do BCE, mas sim da crise energética gerada pela invasão da Ucrânia pela Rússia. O Banco Central pode ser acusado é de reagir demasiado tarde na subida das taxas diretoras para tentar controlar os elevados níveis da inflação. Mais: esta será uma recessão com origem ainda no pós-pandemia, pois a recuperação da economia foi demasiado rápida. A perspetiva é do conhecido economista Ricardo Reis.
O professor na London School of Economics and Political Science, consultor académico do Banco de Inglaterra e da Reserva Federal de Richmond, e vencedor do prémio Yrjo Jahnsson, foi o orador convidado de um jantar reservado promovido pela APDC e pela Axians Portugal. Ricardo Reis, que também foi orador no 32º Digital Business Congress, da APDC, tentou neste encontro desmistificar preconceitos económicos e de debater estratégias de mudança, num contexto de enormes e imprevisíveis desafios. 
Assim, abordou ainda temas como as tensões geopolíticas atuais, que condicionam cada vez mais a economia, a quebra na confiança dos consumidores e empresas e a crise na habitação e a pressão salarial. E não tem dúvidas de que a posição geopolítica da China determinará futuro das relações entre blocos económicos.
Perante cerca de 80 empresários nacionais, Ricardo Reis defendeu que a próxima recessão, que poderá começar em 2024, não terá origem no BCE "como muitos querem fazer crer. Se o BCE tem alguma responsabilidade é pelo facto de só ter atuado em meados de 2022, quando devia ter começado a implementar medidas de contenção da inflação no último trimestre de 2021". 
"Quer queiramos quer não, esta será uma recessão ainda com origem no pós-pandemia. A recuperação foi demasiado rápida, a atuação do BCE foi demasiado lenta, e em 2024, quando a recessão chegar e for preciso baixar as taxas de juro, o BCE não o vai poder fazer pois ainda está a combater a inflação. Voltar aos 2% só será possível na segunda metade de 2025, mais de 4 anos depois do desvio inicial, o que me parece tarde", explicou. 
Numa conversa rica em múltiplos insights económicos, o economista considerou que a atual situação económica da Europa teve na sua origem uma sequência de fatores externos e sucessivos: pandemia, quebra nas cadeias logísticas, crise energética e guerra. E se está otimista quando à inflação, que "cairá naturalmente", nas taxas de juro antecipa que desçam devagar.
Para o Presidente da APDC, este encontro foi "um grande contributo para perceber o contexto macroeconómico". Rogério Carapuça considera que ""vivemos tempos de profundas transformações e de enorme imprevisibilidade", cenário em que "é essencial refletir sobre as políticas e estratégias que estão a ser implementadas e o que é preciso mudar, para garantir que temos empresas e economias mais resilientes e à ‘prova de futuro' e maior qualidade de vida para os cidadãos". Tendo um país "uma oportunidade sem precedentes de mudança estrutural", todos temos de refletir para "tomar decisões esclarecidas, em colaboração e ecossistema". 
Também Pedro Faustino, Managing Director na Axians Portugal, adianta que "não há milagres e a situação estrutural da economia portuguesa só muda se o país criar mais riqueza. Isso faz-se nas empresas". São elas que têm um papel fundamental a desempenhar, com o seu espaço de influência e com o ativismo económico. Tem sido para nós, por isso, um enorme privilégio promover estes encontros-debate com reconhecidas personalidades do pensamento económico. "Precisamos definitivamente de mais pragmatismo na decisão e de mais ambição e rigor na execução", conclui o gestor.

 

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