Ciclo de Jantares-debate 2009
Sonaecom: agente de mudança
A Sonaecom é um grupo global, integrado, inovador e comprometido com a sustentabilidade. Foi nestas quatro grandes linhas estratégicas que Ângelo Paupério baseou a sua apresentação neste terceiro encontro do Ciclo de Jantares-Debate da APDC para 2009. Sendo um operador global, a Sonaecom "é um agente activo da mudança em todos os mercados em que actua", tanto na área core das comunicações como nas demais áreas, os media e os sistemas de informação e software (SSI). E é global porque se posiciona em todos os segmento de negócio, tanto na área móvel onde a base de clientes continua a crescer, como no negócio fixo, "cada vez mais assente em redes controladas pelo grupo", disse o seu presidente executivo.
"Temos vindo a crescer de uma forma sustentada", o que tem sido possível através de uma operação integrada, não apenas na perspectiva tecnológica, nas de organização, cada vez mais centrada no cliente e nas funcionalidades que podem ser oferecidas. Com uma "rede com uma infra-estrutura tecnológica convergente, continuamente na vanguarda, de extensa cobertura". Destacou ainda o facto do grupo ter sido, na rede fixa, o primeiro operador a avançar no desenvolvimento de uma rede de nova geração FTTH, adoptando a tecnologia GPON. O que comprova a aposta da Sonaecm na inovação. "Temos introduzido muitas mudanças no sector e temos muitas mais para introduzir. Estamos obcecados e extremamente empenhados em inovar", garante.
Uma das preocupações é também a de ser um operador sustentável. Na área ambiental, onde o sector tem uma responsabilidade fortíssima, dando o exemplo e reduzindo a sua pegada de carbono, mas sobretudo na contribuição para que toda a sociedade seja mais sustentável. E o grupo tem também de ter sustentabilidade económica. "A Sonaecom está empenhada em colaborar com as autoridades, os reguladores e com os concorrentes para encontrar as melhores soluções para o sector e para o País", destacando ainda ser também uma obrigação da empresa "que os investimentos se justifiquem, para não defraudar as expectativas dos accionistas", com "investimentos racionais e que tragam trazer valor acrescentado".
O líder da Sonaecom não tem dúvidas de que o grupo é "incontornável no sector, tendo a ambição de ser um agente de mudança". Que actua onde tem maior capacidade de geração de valor, com uma solução totalmente global e integrada. "É possível ser um operador e não estar em todas as áreas. Mas não é a melhor forma de gerar mais valor e sustentabilidade. É muito importantes as empresas terem dimensão para responderem aos desafios da concorrência".
Na actual conjuntura de crise, que também gera "um conjunto de oportunidades", há que tomar "decisões racionais". O que poderá passar pela partilha de infra-estruturas de rede ou de investimentos. "Se soubermos tirar partido e manter comportamentos racionais, acho que podemos sair da crise mais fortes", salienta, adiantando que a missão do grupo que lidera é inovadora. "Não tem de ser controlando e mandando, mas contribuindo para o sector, com criação de valor e ambição".
RNG: esperar para decidir
Se na sua apresentação no jantar-debate, Ângelo Paupério deixou no ar a ideia de uma eventual colaboração para ultrapassar a crise, nomeadamente em relação ás Redes de Nova Geração (RNG), no pequeno encontro que realizou no final da iniciativa com os jornalistas presentes foi bastante mais incisivo. "Num contexto de crise, se todos soubermos assumir as nossas responsabilidades, isso é propício a que encontremos e sejamos capazes de materializar as soluções que fazem mais sentido. O que obriga a ultrapassar divergências, experiencias do passado, a ser mais profissional e capaz de olhar para as coisas com um objectivo". Mas, apesar de ter havido por parte dos agentes do sector - Governo, regulador e operadores - abertura para "encontrar entre eles as melhores soluções" no que respeita o projecto da alta velocidade, há ainda problemas a ultrapassar e um conjunto de condições a definir que são fundamentais para que os operadores possam tomar decisões de investimento sustentadas.
"Para nós operadores, seria bom que isso já tivesse acontecido. Mas também sabemos que não é um processo fácil. Só que são importantes para as tomadas de decisão finais sobre os investimentos. É que sendo investimentos em que todos acreditamos e de futuro, é preciso encontrar-lhes a lógica económica adequada. E se o quadro competitivo em que isso vai ocorrer não está totalmente esclarecido, é muito difícil avaliar a lógica económica". Embora admita soluções de partilha de investimentos e de redes na fibra, em "soluções mais ou menos mitigadas", adianta que ainda não há decisões. Mas garante que "não está a ser tempo perdido para ninguém. A Sonaecom está a investir. Agora a velocidade a que o estamos a fazer, o alcance e a ambição do projecto é que dependerá das condições finais para o investimento".
Recorde-se que em Fevereiro do ano passado, o grupo anunciou ou investimento de 240 milhões, a três anos, em RNG. Entretanto, muita coisa mudou e o projecto já não é o mesmo. "Mal era se fosse. Uma das coisas mais importantes nestes processos são as curvas de aprendizagem. Estamos permanentemente a procurar introduzir nos nossos planos o acréscimo de conhecimento que vamos adquirindo". E para o líder da Sonaecom, o problema de uma RNG não reside apenas no desenvolvimento da rede, mas também nos custos associados - captação de clientes, desenvolvimento do home networking, custo dos equipamentos - que são muito elevados. E a própria conjuntura económica pode ter uma influência sobre a maior ou menor velocidade de desenvolvimento da rede.
Ângelo Paupério não exclui as possibilidades de encontrar soluções, no âmbito das RNG, no quadro das redes abertas. Porque é uma solução "criadora de valor, na medida em que seja possível". Até porque se há vontade de ter concorrência entre redes e operadores em determinadas zonas do país. Essa não poserá ser a solução para um número muito significativo de lares. "Temos de saber encontrar soluções para que não seja só em meia dúzia de áreas privilegiadas do ponto de vista económico".
No processo das RNG, e na actual conjuntura de crise sem precedentes, ter garantias de financiamento é considerado critico para os investimentos. Referindo-se concretamente à eventual linha de essa é uma componente que poderá ter uma grande influência no desenvolvimento e na velocidade de implementação da alta velocidade.
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