Soluções para o combate à mortalidade infantil, para responder às questões ambientais globais e centradas no tema da deficiência estiveram entre os 9 vencedores globais do World Summit Awards, selecionados no âmbito do WSA Global Congress Cascais 2019, que decorreu esta semana. Mais de 400 delegados de 120 países estiveram presentes neste evento mundial, que decorreu no campus da Nova SBE, em Cascais. Durante três dias, Portugal transformou-se num hub global para startups e inovadores digitais, tendo como mote "Inovação digital orientada por propósitos".
Na iniciativa, os 40 vencedores de cada uma das oito categorias deste concurso mundial realizado no âmbito da ONU, vindos de 26 países, assim como os WSA Young Innovators, fizerem picht dos respetivos projetos. Entre eles, estavam dois portugueses: "Via Verde mobility digital ecosystem" e "Body Interact",
Em paralelo, decorreram sessões plenárias, intervenções inspiradoras e múltiplos workshops, em intervenções onde ficou claro o poder do digital na resolução dos principais desafios atais da sociedade, assim como o empreendedorismo e a inovação que surgem em qualquer ponto do globo.
Na abertura do WSA Global Congress Cascais 2019, Rogério Carapuça, Presidente da APDC, destacou o enorme impacto da revolução digital que esta em curso e que está a mudar o mundo. "Pode ser usada para o bem e para o mal. O nosso papel é comemorar quando faz bem e evitar que faça mal. É por isso que o WSA é tão importante, porque mostra os benefícios das tecnologias digitais", referiu.
Já Joana Balsemão, Câmara Municipal Cascais, salientou: "neste WSA, estão aqui para competir, partilhar e aprender. Para inspirar-se e inspirar-nos. Focados em encontrar soluções concretas para problemas concretos recorrendo à inovação e ao seu impacto social. Num campus que é especial, porque é o perfeito exemplo do que a colaboração pode criar".
Também na Administração Pública, a inovação é já uma constante. "No Estado, escolhemos uma estratégia step by step para mudar. Hoje, temos uma AP que não está centrada em si mas está muito mais orientada para o cliente. A inovação pela tecnologia, com impacto positivo na sociedade, é o caminho", destacou Luís Goes Pinheiro, Secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa.
"As grandes forças tecnológicas dos próximos 10 anos a ter em conta são IA, cloud e quantum computing, IoT e smart home, blockchain e cryptocurrencies, robótica, redes 5G, e-health e energias renováveis. Serão muito importantes a mudar o mundo", deixou claro Marcus East, CTO da National Geographic, numa Inspiration Talk. Para o orador, "é um ótimo tempo para se ser humano. Há muito para aprender. Estamos a fazer grandes progressos graças à inovação e lentamente a evoluir enquanto seres humanos. Devemos ser positivos, pois estamos a tornar o futuro melhor. Há muitos problemas, e temos que nos focar nas soluções do futuro para os resolver e fazer a diferença". E não é a tecnologia o mais importante, mas sim as pessoas.
No palco no WSA Global Congress estiveram também responsáveis de dois dos três unicórnios nacionais - Outsystems e Talkdesk - a dar o seu ponto de vista do empreendedorismo e da inovação tecnológica.
Já Dana al Salem, fundadora e CEO da FanFactory UK/Kuwait, numa Inspiration Talk sobre 'How to Change Leads to Innovation', defendeu que a "inovação resulta de um conjunto de ideias, que surgem de estímulos externos, do que vemos, ouvimos ou falamos, a partir das quais se cria algo de novo. Os espaços que levam à inovação são ambientes caóticos, onde se juntam pessoas e onde as ideias colidem e lutam umas contra as outras. Surgem de momentos de encontro e de partilha de dados e de erros de pessoas de diferentes interesses e origens".
Para a oradora, "os inovadores fazem algo com significado, que muda o mundo. São rápidos a começar, mas lentos a terminar, porque demoram a concretizar. São criativos e definem diferentes opções, para encontrar a melhor solução. O medo e a dúvida são característicos dos inovadores, porque energizam e estimulam, mas sabem que têm que agir, porque não tentar é o maior risco".
Através dos Innovation Shots, vários empreendedores tiveram ainda a oportunidade de mostrar como a inovação está a desafiar o status quo. Foram apresentações verdadeiramente inspiradoras, vindas de países como o Egipto, Gana, Estados Unidos, Tanzânia ou o Brasil. Todos mostraram como, a partir de uma ideia, se pode tentar mudar o mundo, usando a tecnologia para criar soluções com impacto real nas comunidades. Com apostas tão diferenciadas como sustentabilidade ambiental, apoio aos empreendedores, medição de impacto, vida financeira, inclusão ou promoção da democracia
No final do WSA Congress foram anunciados, durante uma cerimónia de gala, os nove Global Champions 2019, do grupo dos 45 vencedores do WSA. Foram selecionados por um júri internacional de 82 membros, tendo em conta os objetivos das Nações Unidas para uma verdadeira sociedade da informação e os objetivos de desenvolvimento sustentável, assim como o impacto social e local dos projetos, onde se destacou a forte presença de iniciativas do continente africano.
"Os 9 Global Champions mostram apenas uma pequena parte do que a inovação social pode fazer em todo o mundo, com soluções digitais baseadas em conteúdos. Mostram que a inovação vem não da busca de lucro e de dinheiro rápido, mas do compromisso de evitar o sofrimento e aliviar as necessidades. Isso resulta em transformações positivas e sustentáveis da nossa sociedade", referiu Peter Bruck, presidente do WSA.
Assim, por categoria, os WSA Global Champions 2019 foram:
- Government & Citizen Engagement- Chaos AI, da Finlândia;
- Health & Well-Being - Irelands Complete Anatomy, da Irlanda;
- Global Learning & Education - AI chatbot Raaji, do Paquistão;
- Environment & Green Energy - Kuza One, do Quénia;
- Culture & Tourism - AFROCOMIX, do Gana;
- Business & Commerce - Sokowatch, do Quénia;
- Smart Settlements & Urbanization - Wheelog, do Japão;
- Inclusion & Empowerment - Feelif, da Eslovénia;
- Young Innovators - LEAF, dos Estados Unidos.
O WSA Global Congress Cascais 2019 decorreu pela primeira vez em Portugal, em parceria com a APDC, o Município de Cascais, a Nova SBE e o Turismo de Portugal.