Ciclo de Jantares-Debate 2009
Zon antecipa novas oportunidades
O líder do mais recente grupo global de comunicações em Portugal não tem dúvidas de que o seu projecto mudou o mercado nacional, ao trazer mais concorrência. Este é um sector que mudou muito e vai continuar a mudar, sendo dos mais interessantes "Não há nenhum sector que hoje em dia não esteja dependente do que fazemos. E temos que fazê-lo bem. É uma grande oportunidade de negócio", diz Rodrigo Costa, para quem as RNG já existem no mercado há algumtempo, com uma oferta para o segmento das grandes empresas.
E, olhando para "os projectos que vêm aí, não há duvida nenhuma que vamos assistir a uma mudança muito importante e fundamental para todos nós. As infra-estruturas vão dar origem a imensos negócios e à criação de novas empresas". Apesar dos lares portugueses terem já uma grande penetração dos serviços de comunicações electrónicas, nomeadamente graças à estratégia do Governo na área da Educação - especialmente o e-Escolas e e-escolinhas, que "vieram revolucionar Portugal" - o sector vai continuar a crescer. O líder da Zon mostra-se convicto de que a procura, principalmente na rede fixa, vai subir significativamente, graças a esta "nova geração de consumidores".
"Estou convencido de que haverá uma vaga de crescimento nos próximos 4 a 5 anos. Há uma grande oportunidade para todas as infra-estruturas de comunicações. Cada vez haverá mais utilizadores da internet fixa, prevendo-swe taxas de penetração da ordem dos 90% nos próximos anos. A pay tv também vai continuar a crescer, para cerca de 60 a 70% de penetração de subscritores. E os móveis manterão a sua evolução", antecipa este responsável.
É que, depois de anos de estagnação, a concorrência mexeu com o mercado e as mudanças serão inevitáveis. Até porque, apesar do mercado estar maduro, há boas infra-estruturas e todos os operadores estão a investir.
Grupo beneficia do mercado
Neste cenário cada vez mais concorrêncial, a Zon conseguiu manter-se no mercado da televisão, mantendo a liderança, apesar do forte crescimento da concorrência. E na banda larga conseguiu-se "reinventar o negócio". na voz fixa, aproxima-se dos 500 mil clientes residenciais. O grupo onseguiu passar da 6ª posição no mercado do triple-play em termos de clientes há um ano para a 2ª posição este ano, num reforlo que se ficou a dever a uma aposta forte nesta oferta, através do reforço da qualidade.
"Conseguimos que os nossos clientes subscrevam mais serviços. Um cliente com 3 serviços tem 50% menos de apetência para mudar de operador do que um cliente com um serviço", diz Rodrigo Costa, adiantando que hoje a penetração de triple-play na base de subscritores ultrapassa os 30%. "Há um ano e meio disseram que éramos inconscientes e irresponsáveis nos nossos planos. Mas temos cumprido as metas a que nos comprometemos", ressalta.
Garante que "a Zon está preparada para os desafios e a nossa aposta é o triple-play. Com o upgrade de toda a rede com a tecnologia DOCSIS.3 até final deste ano, o que permitirá a oferta de 100Mbps em toda a rede. Estamos a mexer e a mexer depressa". Sendo que a "diferenciação é extraordinariamente difícil e com os tempos que vêm aí, ainda será mais difícil, a diferença terá de estar na qualidade de serviço e na inovação nos serviços e conteúdos". Sendo que a Zon continua a procurar e a concretizar "novas oportunidades de crescimento".
Sendo a Zon "um broker de conteúdos extremamente activo que acrescenta valor a todo o processo. Somos muito pragmáticos, na nossa casa sabemos o que podemos e devemos fazer. Nem tudo funciona a 100% mas as coisas funciona razoavelmente bem". Foi o caso do projecto do novo canal de televisão que, para Rodrigo Costa, era um projecto em que a Zon acreditava e que era perfeitamente sustentável. A ERC não o viu assim, mas "convivemos bem com o sucesso e o insucesso". Entretanto, o grupo vai avançar com o recurso da decisão, para "salvaguardar a hipótese de uma revisão da decisão sobre o concurso".
Quanto ao negócio móvel, onde a Zon entrou como MVNO, trata-se de uma aposta que "foi uma opção a mais bem pensada possível. E não nos arrependemos. Se fosse hoje, se calhar fazíamos o mesmo". O "MVNO é de facto uma experiência. Os números que temos nesta área são os esperados. Sabíamos que não podíamos cometer loucuras". E destaca a importância da oferta de banda larga móvel, nomeadamente nas áreas onde o grupo não dispõe de rede de cabo. "Não temos medo de arriscar. Somos pequenos, temos por vezes dúvidas, mas vamos para a frente com as coisas." Se a oferta móvel é um bom negócio ou não terá de se esperar para ver.
Rodrigo Costa salienta que os reguladores podiam ser um pouco mais atentos ao que se passa no mercado. "De facto, vivemos dias de grande pressão, com muita adrenalina". E escusa-se a falar dos rumores sobre uma eventual fusão com a Sonaecom. "Temos muito que fazer. Não temos tempo para fait-divers. E a pior coisa que pode haver numa empresa é a distracção. Temos um bom negócio, saudável, e só temos de pensar naquilo que podemos fazer. O importante é que temos uma empresa para gerir e uma equipa focalizada. E temos todas as razões para pensar que, nos próximos anos, a Zon terá oportunidades muito grandes". Adianta que, no mercado nacional das comunicações, as consolidações não serão obrigatórias e que nem todas as fusões resultam num melhor projecto. Trata-se de "um tema complexo", até porque a Zon sabe do que fala, com a integração das quatro operadoras de cabo regionais que absorveu.
A Zon estima investir este ano um valor ligeiramente acima dos 160 milhões de euros de 2008, apontando para os 180 milhões. Tudo dependerá no entanto da conjuntura. O grupo tem uma rede de cerca de 14 mil quilómetros de fibra e de 24 a 25 mil quilómetros de cabo coaxial. E está a começar a elaborar um novo plano estratégico, que será apresentado antes do final do ano, ao mesmo tempo que continua a analisar uma eventual internacionalização. O líder da Zon admite que poderá acontecer este ano, sendo dado prevalência aos PALOP e aos países europeus.
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