O projeto já era conhecido pelo menos desde o ano passado, mas parece estar agora a avançar. As companhias aeroespaciais europeias Airbus, Thales e Leonardo vão encontrar-se com a comissária europeia da Concorrência, Teresa Ribera, para analisar a fusão dos seus negócios de satélites. A notícia, avançada pela Reuters, refere que esta etapa antecede normalmente um pedido formam de operações de concentração. O objetivo é concorrer com a Starlink, de Elon Musk.
Numa altura em que a Europa está a colocar os investimentos na área da defesa como uma prioridade, face ao posicionamento da Rússia e, sobretudo, da nova Administração Trump em relação à UE, provavelmente o projeto terá agora possibilidade de avançar.
Embora a Reuters, citando fonte ligada ao processo, refira que as conversações com Bruxelas estão numa fase muito inicial e que não se espera que conduzam a qualquer resultado material até ao final do próximo ano, este tipo de reuniões com a concorrência europeia destina-se a fornecer informações e ter uma ideia os potenciais obstáculos, nomeadamente em termos de regulamentação.
O presidente da Airbus já veio dizer que ficaria satisfeito se as conversações para a fusão das operações por satélite com a Thales e a Leonardo conduzissem a um empreendimento como o projeto europeu de mísseis MBDA. E que espera que os reguladores da concorrência adotem uma posição mais flexível do que no passado.
Isto porque, na conjuntura atual, em que a Europa se está a mobilizar para o rearmamento, se torna cada vez mais essencial realizarem-se parcerias europeias para ganhar dimensão.
A francesa Thales, a Italiana Leonard e a pan-europeia Airbus anunciaram no ano passado um projeto para criar uma empresa espacial conjunta. A meta será competir com a SpaceX do norte-americano, Elon Musk, proprietária da constelação Starlink. Estes satélites completam uma órbita da Terra em cada 90 minutos, sendo uma área absolutamente estratégica.
Assim, as gigantes europeias do aeroespacial pretendem criar sinergias e reduzir as perdas que se foram acumulando nos últimos anos, enquanto a Europa reforça o investimento na defesa e no rearmamento. Perante o grande salto que a indústria norte-americana está a dar com a Space X, defendem a consolidação da indústria como a solução.