A Comissão Europeia está a avaliar o impacto dos limites impostos pela anterior Administração Biden à compra de chips de IA pelos países da União Europeia (UE), entre os quais Portugal. A sua vice-presidente com a pasta da Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia garante que Bruxelas recorrerá a "todos os meios diplomáticos" para travar as restrições.
"Utilizaremos todos os meios diplomáticos para pedir aos Estados Unidos que tratem a UE de uma forma não discriminatória, acreditando que ao levantar as restrições vai beneficiar tanto a UE como os EUA", afirmou a comissária finlandesa Henna Virkkunen, no Parlamento Europeu (PE).
As restrições às exportações de chips para desenvolvimento e treino de algoritmos de IA foram anunciadas pouco antes da entrada de Donald Trump, em janeiro, e abrangem Portugal. Antecipam-se "potenciais riscos" destas medidas, nomeadamente para o movimento livre de bens (os chips de IA) e para o fornecimento transfronteiriço de serviços de IA.
"A Europa tem interesse legítimo em desenvolver essas aplicações, para o desenvolvimento da sociedade e da economia em geral. Mas também é do interesse económico e de segurança dos Estados Unidos que a Europa lhes compre os chips avançados", referiu Henna Virkkunen, assegurando que os 27 Estados-membros são seguros.
Dado que a decisão foi tomada durante a administração Biden, Bruxelas considera que o Trump poderá revertê-la e beneficiar disso. "Queremos continuar a comprar semicondutores avançados aos EUA. Levantar as restrições também iria servir o objetivo da administração Trump de reduzir o défice da balança comercial norte-americana com a UE", defendeu a mesma responsável.
Considerando haver uma verdadeira corrida ao armamento digital