Apesar de 68% dos consumidores europeus se sentirem confiantes quanto à segurança dos produtos que compram e 70% confiem que os seus direitos de consumidor são respeitados pelos comerciantes, os riscos online persistem. Entre eles, destaca-se as burlas, críticas falsas e práticas publicitárias enganosas. A conclusão é do mais recente Consumer Conditions Scoreboard, da CE.
Em comunicado, Bruxelas adianta que está a tomar medidas decisivas para dar resposta aos desafios que os consumidores enfrentam. A entrada em vigor do novo regulamento relativo à segurança geral dos produtos permitiu que os consumidores estejam agora mais protegidos contra a exposição a produtos não seguros vendidos online e presencialmente. Mas há riscos que persistem, nomeadamente os vindos de retalhistas online de países terceiros.
O trabalho mostra que 70% dos consumidores concordam que os retalhistas e os prestadores de serviços respeitam os direitos dos consumidores, enquanto 61% confia nas organizações públicas para proteger os seus direitos. O comércio eletrónico transfronteiriço está a aumentar, com 35% dos consumidores a comprar noutro país da UE e 27% a comprar fora da UE em 2024.
Verifica-se ainda que os compradores online são 60% mais propensos a ter problemas com as suas compras, em comparação com os que fazem compras de outra forma. Cerca de 93% dos compradores digitais preocupam-se com a publicidade direcionada, incluindo a recolha de dados pessoais, a publicidade excessiva e a personalização. E 45% depararam-se com fraudes online, sendo muitos vítimas de práticas desleais, incluindo críticas falsas e descontos enganosos.
Mesmo com a desaceleração da taxa de inflação em 2024 e a melhoria do sentimento dos consumidores, 38% estão preocupados com a sua capacidade de pagar as suas contas e 35% com a compra dos alimentos preferidos. Já 74% dos consumidores dizem que há produtos embalados diminuíram de tamanho, enquanto 52% observaram uma diminuição da qualidade, sem uma queda de preço correspondente.
Detetou-se ainda que as preocupações ambientais nas decisões de compra diminuíram 13% desde 2022. Um facto que resulta do custo de produtos e serviços sustentáveis e da desconfiança em relação à fiabilidade das alegações ambientais.