A gigante de semicondutores estará a preparar uma nova onda de despedimentos, que vão abranger 20% da sua força de trabalho. Ou seja, cerca de 10 mil pessoas em várias áreas de negócios.
Os números baseiam-se em informações internas, sendo que o anúncio oficial deverá ser feito em julho. A dimensão dos cortes foi confirmada ao site The Oregonian por quatro empregados, assim como por um email interno com essa mesma informação. Este foi enviado aos colaboradores, sendo que o vice-presidente da Intel, Naga Chandrasekaran, adianta que "estas são decisões difíceis, mas essenciais para vencer os desafios atuais que se colocam à empresa e tendo em conta a atual situação financeira". O mail adiantava ainda que desta vez os despedimentos não vão incluir saídas voluntárias. Será a empresa a escolher quem sai, em função de questões estratégicas e das avaliações de desempenho aos colaboradores.
Em abril já havia notícias de que a Intel se preparava para despedir mais 21 mil colaboradores. Até à data a empresa não fez nenhum anúncio nesse sentido - confirmou que estava a planear saídas, mas não quantificou. A divisão mais afetada pelos cortes deverá ser a unidade de Foundry, responsável pelo fabrico de semicondutores para terceiros, entre técnicos, engenheiros e investigadores.
A última vítima do esforço da Intel para racionalizar operações e reduzir custos é o pequeno negócio de conceção de chips para automóveis, através de um campus de I&D que o grupo detém no Oregon, nos EUA. Já foram anunciados grandes despedimentos e um esforço para se concentrar na engenharia e no desenvolvimento de produtos.
Recorde-se que a Intel planeia reduzir as suas despesas operacionais em 500 milhões de dólares em 2025 e em mais mil milhões de dólares em 2026, à medida que procura inverter um declínio de vários anos, exacerbado por atrasos nos produtos e menor competitividade. A gigante concorre com a Nvidia, MediaTek, Qualcomm e outras empresas no setor automóvel, à medida que a indústria se orienta para veículos definidos por software e os automóveis elétricos com sistemas de bordo complexos se tornam lentamente mais populares.