Nokia: ciberataques à infraestrutura de telecomunicações aceleram

2024-10-02

O número e a frequência dos ataques DDoS aumentaram de um ou dois por dia para mais de 100 por dia em muitas redes. Sendo que os Estados Unidos, pela concentração e escala das infraestruturas de telecomunicações e das grandes empresas, registam o maior número de ciberataques. A conclusão é do Nokia Threat Intelligencen Report, que incida que os cibercriminosos aproveitam cada vez mais a IA generativa e a automatização para aumentar a velocidade, volume e sofisticação dos ataques.
Com base no tráfego monitorizado pela Nokia de junho de 2023 a junho de 2024, concluiu-se que o número e a frequência dos ataques de negação de serviço distribuído (DDoS), que podem sobrecarregar a infraestrutura de telecomunicações com tráfego e torná-la inoperante, aumentaram de um ou dois por dia para bem mais de 100 por dia em muitas redes.
Também os botnets continuam a ser a principal fonte de volume de ataques DDoS, representando cerca de 60% do tráfego DDoS monitorizado pela Nokia de junho de 2023 a junho de 2024. Durante esse período, os proxies residenciais tornaram-se uma ferramenta proeminente para ataques mais avançados à camada de aplicação. Os ataques nos EUA representaram cerca de um terço do totaç- 
Refletindo uma tendência dos últimos anos, o crescimento dos ataques DDoS tem sido alimentado pela proliferação de centenas de milhares de dispositivos IoT inseguros, desde frigoríficos inteligentes a smartwatches, que muitas vezes têm proteções de segurança pouco rigorosas e têm uma capacidade de banda larga gigabit e multi-gigabit que facilita a propagação de malware. Verificou-se que o malware mais comum nas redes de telecomunicações é um bot que procura dispositivos vulneráveis, com encriptação fraca, palavras-passe ou falhas de conceção. 
A Ásia Oriental também enfrenta fugas de dados significativas, devido a exposições inadvertidas por parte das próprias empresas, enquanto a Europa Ocidental se debate com uma mistura de ciberespionagem e violações com motivações financeiras, de acordo com o Threat Intelligence Report. 
Mesmo com a IA generativa a permitir ataques mais rápidos e sofisticados, os fornecedores de serviços de comunicação estão a utilizar cada vez mais a mesma tecnologia para melhorar os seus tempos de resposta e a eficácia contra as ciberameaças.  
Outra ameaça diz respeito aos SoCs (System-on-chips), circuitos integrados em hardware que incorporam componentes informáticos que aumentam o desempenho da computação e da rede e minimizam o consumo de energia. Os cibercriminosos estão cada vez mais a visar os SoCs para explorar vulnerabilidades em vários componentes, como firmware, software e interfaces de hardware.
A computação quântica é outro exemplo em que estão a surgir novas ameaças. Organizações como o National Institute of Standards and Technology (NIST), que recentemente normalizou os primeiros algoritmos que constituirão componentes da abordagem mundial para combater as potenciais ameaças da computação quântica, continuam a ajudar a moldar as estratégias de segurança a nível global.
Este relatório foi compilado por várias entidades do grupo Nokia:  Centro de Informações sobre Ameaças, pelo Centro de Cibersegurança, pelo Centro de Operações de Segurança da e pela Equipa de Resposta de Emergência (ERT) da Nokia Deepfield, os especialistas em segurança de DDoS e redes IP líderes.
Para Rodrigo Brito, Diretor de Segurança, Cloud e Serviços de Rede da Nokia, "a utilização da IA generativa e da automatização para fins nefastos está a conduzir a um aumento gradual das capacidades e do potencial de ameaça dos agentes maliciosos. As descobertas do Threat Intelligence reforçam ainda mais a necessidade de operadores, fornecedores e reguladores trabalharem de forma mais colaborativa para desenvolver medidas, práticas e conscientização de segurança de rede mais robustas."
 


No âmbito dos financiamentos do Horizonte Europa


Com aquisição de terrenos em sete mercados estratégicos


Para ter maior capacidade de investimento na IA


Devendo com este novo financiamento passar a valor 14 mil milhões


Assim como medidas restritivas para ameaças


Para aumentar segurança digital da UE