Os doze maiores operadores europeus estão preocupados com o facto de Bruxelas não disponibilizar mais espetro para os serviços de 6G. Consideram a medida necessária para que a União europeia não fique atrás de outras regiões do mundo, nomeadamente os Estados Unidos, no desenvolvimento da próxima geração de comunicações móveis.
Numa carta aberta, assinada pelos CTO de operadores como a britânica Vodafone, a alemã Deutsche Telekom, a espanhola Telefonica, a italiana Telecom Italia ou a francesa Orange, os grupos de comunicações reiteram o seu empenho em continuar a desenvolver e a investir na conetividade europeia. Mas defendem uma abordagem estratégica comunitária no espetro.
Como a maioria dos estados-membros leiloou espetro faixa de 3,4 a 3,8 GHz para implantações iniciais de 5G, dizem que a banda superior de 6 GHz é um dos poucos grandes blocos restantes de espectro de banda média disponíveis. Espera-se que o Grupo de Política do Espectro de Radiofrequências da UE emita um projeto de parecer para consulta pública sobre a faixa de 6 GHz em junho. Isso incluirá conselhos à Comissão Europeia sobre o uso futuro de 6 GHz superiores.
Esse espectro superior de 6 GHz é adequado para redes que lidam com grandes quantidades de dados e, ao mesmo tempo, fornecem cobertura razoável. Por esse motivo, os EUA abriram essa banda para uso de Wi-Fi em 2020 e a China alocou-a para serviços 5G e 6G em 2023.
Na carta aberta aos reguladores da UE, os operadores dizem que "se a decisão de disponibilizar a banda superior de 6 GHz for adiada, enquanto os interesses tecnológicos dos EUA puderem garantir mais capacidade de 6 GHz, a competitividade da Europa será ameaçada". Referem ainda que atual alocação de espectro não é suficiente para suportar os serviços 5G existentes e para a implantação do 6G, devido ao aumento do tráfego móvel.
"Sem a disponibilidade total dos 6 GHz superiores para redes móveis, quaisquer futuros serviços 6G nesta faixa seriam significativamente reduzidos e, em última análise, comprometeriam a oportunidade da Europa de desempenhar um papel de liderança na implantação do 6G", alertam.
Assim, garantam o seu empenho em apoiar a liderança tecnológica global da Europa, desenvolvendo e investindo em infraestruturas, desde que sejam disponibilizados os recursos de espectro necessários, e solicitam medidas essenciais para garantir o futuro da conectividade digital móvel na Europa.
Como principais operadores europeus de telecomunicações, instamos a Europa a disponibilizar a banda superior completa de 6 GHz para dispositivos móveis para benefício da economia e da sociedade europeias.
A banda superior de 6 GHz é uma oportunidade crítica para o lançamento do 6G na Europa e deve ser parte integrante da futura infraestrutura móvel da Europa. A futura competitividade e soberania económica da Europa dependem de uma conectividade digital rápida, fiável e segura. Sustenta a nossa sociedade civil, a nossa indústria e as nossas empresas, bem como os nossos esforços para cumprir os objetivos climáticos.
Os operadores europeus de telecomunicações continuam empenhados em desenvolver e investir no futuro, proporcionando a conectividade que apoia os utilizadores móveis, os objetivos económicos, a produtividade e os empregos da Europa.
"Prevê-se que, até 2030, as comunicações móveis contribuam, por si só, para 8,4% do PIB mundial. Sem acesso aos 6GHz superiores, o impacto das comunicações móveis no crescimento do PIB será significativamente reduzido", refere a carta aberta. Onde de explica que, sem mais espetro, os serviços "serão significativamente reduzidos e, em última análise, comprometem a oportunidade de a Europa desempenhar um papel de liderança na implantação da 6G".
Por isso, se a decisão de disponibilizar o espetro aos operadores europeus for adiada, "a competitividade da Europa ficará ameaçada".
Devendo com este novo financiamento passar a valor 14 mil milhões