Reino Unido dá luz-verde à fusão da 3UK com a Vodafone

2024-12-05

O regulador da concorrência e mercados do Reino Unido (CMA) acaba de autorizar a fusão da 3UK com a unidade nacional do grupo Vodafone. Terão de ser cumpridos os compromissos em torno do investimento em rede e da limitação de preços em certas tarifas por três anos. Ambas de comprometem a investir 11 mil milhões de libras numa rede avançada de 5G. A fusão, estimada em 15 mil milhões de libras, dará origem ao maior operador do mercado móvel e reduzirá o número de players de quatro para três.

De acordo com o regulador, o plano de atualização e integração de rede de oito anos elaborado pelas duas operadoras, combinado com as promessas de curto prazo sobre alguns preços endereçou as suas preocupações iniciais, abrindo caminho para dar luz-verde ao projeto. Que será supervisionado pelo regulador de comunicações, o Ofcom e pela CMA.

Esta refere que o grupo independente que avaliou a proposta concluiu que as atualizações da rede "aumentariam a concorrência entre as operadoras de rede móvel a longo prazo, beneficiando milhões de pessoas". A operação juntará a terceira e quarta operadoras do negócio móvel do Reino Unido, dando origem ao maior player do mercado, com 27 milhões de clientes. 

O The Guardian avança que o valor de mercado da Vodafone, que está a realizar o maior corte de postos de trabalho da sua história, caiu mais de 70% na última década. E que a  Three UK, da CK Hutchison, viu os custos duplicarem nos últimos cinco anos, o que significa que não pode manter o nível de investimento necessário para a sua rede móvel.

As empresas têm vindo a argumentar que a combinação entre ambas lhes dará a escala necessária para competir com as "duas grandes", a proprietária da EE, a BT e a Virgin Media O2. Teme-se agora o impacto da redução do número de players, nomeadamente nos preços. Há oito anos através, o então líder da Ofcom proibiu a tentativa de compra da O2 pela Three UK, tal como Bruxelas e a CMA.

Mas há dois anos, a Ofcom começou a suavizar a sua posição, dizendo que qualquer potencial fusão futura seria "informada pelas circunstâncias específicas dessa fusão em particular, e não apenas pelo número de concorrentes". Uma posição seguida também pela CMA. É que à medida que o mercado das telcos foi ficando cada vez mais desafiador, muitos países têm vindo a aceitar a consolidação de operadores, como a Irlanda, Áustria, Alemanha e EUA.

De acordo com o regulador, o plano de atualização e integração de rede de oito anos elaborado pelas duas operadoras, combinado com as promessas de curto prazo sobre alguns preços endereçou as suas preocupações iniciais, abrindo caminho para dar luz-verde ao projeto. Que será supervisionado pelo regulador de comunicações, o Ofcom e pela CMA.

Esta refere que o grupo independente que avaliou a proposta concluiu que as atualizações da rede "aumentariam a concorrência entre as operadoras de rede móvel a longo prazo, beneficiando milhões de pessoas".
Além de limitar as tarifas móveis e de dados selecionadas por três anos, as duas empresas são obrigadas a oferecer preços e termos predefinidos para serviços grossistas para o mesmo período, medida projetada para garantir que os MVNOs "possam obter termos e condições competitivos à medida que o plano de rede é lançado".

Durante o processo de aprovação, a Vodafone também fechou um acordo para vender algum espectro para a rival Virgin Media O2, caso a combinação com a 3 UK seja aprovada, numa tentativa de acalmar as preocupações com a concorrência.

Vodafone e 3UK saudaram a decisão da CMA num comunicado conjunto, onde destacaram que se envolveriam com o regulador para implementar as medidas necessárias.
A CEO da Vodafone, Margherita Della Valle, refere que o aumento do investimento "impulsionará o Reino Unido para a vanguarda das telecomunicações europeias". E o vice-presidente da CK Hutchison, dona da 3, Canning Fok, acrescenta que o projeto transformará a "infraestrutura digital do Reino Unido e garantirá que os clientes em todo o país se beneficiem da qualidade de rede mundial".

O negócio foi anunciado em junho de 2023 e deve ser fechado no 1º semestre de 2025. A Vodafone deverá ficar com 51% da empresa combinada e a CK Hutchison o restante. Sendo que a primeira terá a opção de comprar a parte do seu parceiro três anos após a conclusão da operação.

 

 


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