UE27 está a perder corrida mundial aos microchips e falha metas do Chips Act

2025-04-30

A União Europeia (UE) não deve conseguir alcançar a meta dos 20% do mercado mundial de circuitos integrados (microchips ou chips) até 2030, ambição que se propôs no âmbito do IA Act, anunciado em 2022 para dar um novo impulso à Europa num setor fundamental. É que os investimentos que este plano trouxe não deverão melhorar muito a posição da Europa no mundo. O alerta é do Tribunal de Contas Europeu (TCE), baseado nas contas da própria Comissão, que prevê que só se consiga alcançar uma quota de 11,7%. 
Os dados constam de uma auditoria do TCE, que diz que há "um fosso" entre a ambição, de atingir 20% do valor da produção mundial de chips de ponta e eficientes em termos de energia até 2030, e a realidade. Ainda assim, a "Comissão Europeia teve progressos razoáveis na aplicação da estratégia da Década Digital. 
O TCE destaca que a procura de chips voltou a acelerar devido às necessidades tecnológicas para a defesa e inteligência artificial. E que a CE só fornece 5% (4,5 mil milhões de euros) dos 86 mil milhões que serão necessários até 2030, segundo os cálculos da estratégia. Esperando-se que a grande fatia do investimento venha dos países da UE e da indústria. Comparativamente com as verbas gastas pelos principais fabricantes do mundo entre 2020 e 2023, no valor de 405 mil milhões, "o poder financeiro da estratégia da UE é uma gota de água no oceano", refere-se.
"É urgente a UE acordar para a realidade e ver os resultados da sua estratégia no setor dos chips. Esta área evolui muito depressa e está sujeita a uma grande concorrência entre os diferentes países. Em relação às nossas ambições, estamos a avançar a passo de caracol. A meta de 20% era sobretudo um ideal. Para a atingir, seria preciso ter quase quatro vezes mais capacidade de produção até 2030, mas à velocidade a que vamos não chegaremos nem perto. A Europa tem de ser competitiva e Bruxelas tem de reavaliar a sua estratégia a longo prazo para a adaptar à realidade no terreno", refere em comunicado Annemie Turtelboom, membro do TCE responsável pela auditoria. "
Esta entidade reconhece ainda que a CE não tem poderes para coordenar os investimentos nacionais e fazer com que estejam de acordo com os objetivos da estratégia da União. Acresce que a estratégia não define metas e controlos claros, nem se percebe bem se tem em conta a atual procura de chips convencionais pela indústria.
Indicam-se ainda outros fatores que afetam a competitividade da UE neste setor e o êxito da estratégia. Como a dependência da importação de matérias-primas, o alto custo da energia, preocupações ambientais, tensões políticas no mundo, controlos das exportações e a falta de trabalhadores qualificados. Acresce o problema do financiamento estar concentrado, porque a indústria europeia de chips é formada por poucas grandes empresas centradas em projetos de muito valor. 
Assim e em conclusão, "o TCE conclui que a estratégia não deve chegar para a UE aumentar muito a sua quota de mercado neste setor nem para atingir a meta de 20% da produção mundial. Nas previsões publicadas em julho de 2024, a própria CE, embora espere uma grande evolução da capacidade de produção, só prevê um pequeno aumento (de 9,8% em 2022 para 11,7% em 2030) da quota global da UE na cadeia de valor mundial deste mercado em rápido crescimento".
 


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