Nos próximos 24 meses, a maioria das organizações deverá investir na inteligência artificial. Mas vão deixar para trás a adoção de soluções de IA pré-concebidas e para apostar em ferramentas personalizadas e adaptadas ao seu contexto específico. Se até aqui, a IA tem apoiado a obtenção de conhecimento e a criação de onteúdo, no futuro a tecnologia será personalizada e capazes de executar workflows mais complexos e variadas etapas no mundo digital. A estimativa é de um estudo da Microsoft, que foi encomendado à IDC.
De acordo com este trabalho, denominado "The Business Opportunity of AI", as empresas estão a utilizar cada vez mais as soluções de inteligência artificial. No ano passado, representavam 55% do total, percentagem que passou em 2024 para os 75%. Focado no testemunho de cerca de quatro mil líderes de empresas e decisores de IA em todo o mundo, revela que a utilização da IA pelas organizações demonstra ser um fator-chave para o crescimento dos seus negócios e em todos os setores de atividade.
Estima-se que, seja nível mundial, como na Europa Ocidental, cada dólar investido por uma empresa em IA generativa resulta um retorno de 3,7 dólares. Um valor que pode aumentar para os 10,3 dólares nas empresas que tenham maior maturidade no uso da tecnologia. Os setores que estão a obter mais retorno de investimento são o financeiro, seguindo-se os media e telecomunicações, mobilidade, retalho e consumo, energia, indústria, saúde e educação.
O estudo indica também que em 2024, os processos de implementação de soluções de IA demoraram entre oito e 13 meses até obterem os respetivos valores acrescentados na adoção da tecnologia. Sendo que a produtividade continua a ser o principal resultado positivo identificado por 33% das empresas, sendo que cerca de 92% dos utilizadores estão a usar a IA com o objetivo de obter maior produtividade. 43% afirmam que as utilizações em produtividade resultaram em maior retorno de investimento.
Mas a IA também tem sido aplicada nos contextos de relação com o cliente, crescimento de receitas, gestão de custos e inovação de produtos e serviços. Nestas áreas, quase metade das empresas esperam que a IA tenha um elevado grau de impacto.
Sobre as barreiras à implementação nos negócios, salienta-se a falta de competências técnicas e de utilização diária da IA junto dos colaboradores. 30% das empresas registam a falta de competências internas especializadas em IA e 26% dizem não ter colaboradores com as competências necessárias para aprender e trabalhar com a IA. Outra preocupação de 41% das empresas, respeita à governação de dados enquanto 38% referem a segurança de dados e compliance com o cenário regulatório.
