Cerca de 62% das empresas portuguesas já usam inteligência artificial e 25% das que não usam esperam fazer deployment nos próximos 24 meses. A conclusão é de um estudo realizado pela Microsoft com a IDC, que acaba de ser apresentado no grande encontro anual da tecnológica no mercado nacional, o Building the Future.
Denominado "Da expectativa ao sucesso: Alcançar o sucesso empresarial com a IA na Europa - Portugal", este relatório reflete sobre a forma como as empresas estão a rentabilizar os seus investimentos em IA. Contou com a participação de mais de 2.000 líderes empresariais e decisores de todo o mundo, dos quais 500 fazem parte da região EMEA, que são responsáveis por dar vida à transformação da IA nas suas organizações, tendo conduzido entrevistas específicas a decisores portugueses.
Assim, as organizações a nível nacional estão em linha com o sentimento europeu sobre a implementação de IA, com 62% a utilizarem esta tecnologia e 25% a ponderar a sua utilização nos próximos 24 meses. Neste momento, os três principais use cases verificados em Portugal têm por base data analytics avançada, assistentes virtuais ou chatbots, como o projeto desenvolvido pela AMA - Agência da Modernização Administrativa, e a otimização de processos.
O estudo destaca ainda outros insights: 40% das organizações em Portugal utilizam plataformas de cloud pública para experimentação, desenvolvimento e testes de IA; 26% utilizam plataformas de cloud pública em todo o ciclo de implementação de IA, de ponta a ponta, o que faz de Portugal um mercado em linha com a Europa Ocidental; 36% das organizações têm um órgão de governance que supervisiona a IA responsável; e 77% das organizações afirmam que é importante ou muito importante que os fornecedores de IA tenham uma estratégia de IA responsável.
Para as organizações conseguirem obter um retorno sustentável dos investimentos em IA devem abordar o défice de competências. Uma abordagem estratégica à IA exige não só conhecimentos tecnológicos, de dados e de IA, mas também conhecimentos do domínio empresarial e competências de gestão da mudança.
As organizações terão ainda de ser pragmáticas e orientadas para os resultados comerciais. Podem fazer projetos diferenciadores e interessantes com a IA , mas as empresas em Portugal só investirão se a IA fizer mexer a agulha nas métricas que interessam.
Utilizar plataformas e fornecedores que assumam a responsabilidade terá de ser outra aposta. É que utilizar uma plataforma de IA não se trata apenas de chegar mais rapidamente ao mercado, mas também de trabalhar com parceiros que assumam a responsabilidade por aspetos fundamentais da implementação da IA. As organizações em Portugal arriscam-se a perder para os concorrentes internacionais, a menos que procurem fornecedores de plataformas que as ajudem a criar valor de forma rápida e segura
Numa análise mais fina, os dados da IDC confirmam que, na Europa, as empresas estão ansiosas por adotar a tecnologia de IA. Cerca de 67% dos inquiridos utilizam atualmente ferramentas de IA nas suas organizações e 21% a planear fazê-lo nos próximos 12 meses. As organizações que já implementaram estão a obter um retorno dos seus investimentos em IA no prazo de 14 meses, sendo que por cada 0,91€ que investem em IA, estão a obter uma média de 3,06€ de retorno. No entanto, mesmo com esta dinâmica e perspetiva positiva, as organizações estão a enfrentar desafios no que diz respeito à implementação. A escassez de profissionais qualificados está a impedir 54% das empresas de acelerar as suas inovações baseadas em IA.
Para ajudar a colmatar esta escassez de competências, a Microsoft já envolveu mais de 6 milhões de pessoas a nível mundial em atividades de aprendizagem nos últimos 12 meses e tem a ambição de fornecer competências a todos os que utilizam a sua tecnologia de IA. Também capacitaram o seu ecossistema de mais de 400.000 parceiros em todo o mundo com as competências necessárias para implementar a tecnologia de IA de forma responsável e para proporcionar maior valor ao cliente.
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