Apesar da escassez de talento em TI ter dado sinais de abrandamento no mercado nacional, cerca de 76% das empresas ainda têm dificuldade em contratar perfis que respondam às suas necessidades. Os empregadores estão a adaptar as suas estratégias para reforçarem a sua capacidade de atrair e reter talento. Os dados são do Global Talent Shortage Survey 2025, do ManpowerGroup.
Os valores revelam que se registou uma diminuição de quatro pontos percentuais na percentagem de empresas com problemas, já que no ano passado, a taxa era de 80%. No que respeita às funções mais procuradas pelas empresas portuguesas de todos os setores, as competências de TI e Data estão entre as prioridades dos empregadores (22%), surgindo imediatamente a seguir aos conhecimentos em Vendas e Marketing (23%).
Tendo em conta apenas o setor tecnológico, o foco nas competências de TI e Data é ainda mais acentuado, com estes conhecimentos a serem referidos por 44% dos empregadores. Os empregadores das TI referem também dificuldades na contratação de profissionais de Engenharia (29%), de Vendas e Marketing (28%) e de Recursos Humanos (25%). Para fazerem face às dificuldades de contratação, estão a adaptar as suas estratégias para se alinharem com as preferências dos candidatos e para reforçarem a sua capacidade de atrair e reter talento.
A principal prioridade dos empregadores está no aumento dos salários (29%), seguida da construção de talento através de programas de upskilling e reskilling (28%). 21% dos empregadores inquiridos afirmam que estão a explorar novas bases de talento, 19% destacam a aposta na flexibilidade relativamente ao local de trabalho e 18% referem que estão a investir numa maior flexibilidade de horários.
"O cenário de transformação digital, impulsionado pela crescente adoção da IA, significa que, cada vez mais, todas as empresas têm necessidade de talento tecnológico e não apenas as empresas de TI. Contudo, o ciclo de renovação de competências dos profissionais não está ainda a conseguir acompanhar a velocidade dessa transformação, o que leva ao cenário de escassez de talento que nos acompanha já há alguns anos", diz afirma Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, em comunicado.