Alexandro Gropelli: Europa tem de regular menos e inovar mais

2025-07-03

Estamos no momento de agir na Europa. E é mais importante do que nunca, pois onde os europeus falharem, outros terão sucesso e a conta será paga pelas próximas gerações. O alerta foi dado por Alessandro Gropelli, diretor da Connect Europe, na abertura do segundo dia do Congresso da APDC. Mais inovação e menos regulação terá de ser a aposta, o que implicará ainda que as telcos ganhem escala, para conseguir competir globalmente. Só assim a UE garantirá a sua soberania tecnológica. 
Para este responsável, o que "estamos a discutir, com a soberania tecnológica, é se a Europa consegue criar alternativas tecnológicas, evitando criar dependências de outros países, especialmente dos EUA e China, enquanto tenta manter-se como uma economia aberta. Trata-se de liderança industrial, o que significa criar um futuro onde possamos continuar a produzir e a viver numa nova economia inovadora". E a chegada de Trump á liderança dos Estados Unidos acelerou urgência de garantir esta soberania. 
Nesse sentido, defende que há que criar condições para reforçar a capacidade de investimento dos operadores. Isto será determinante para que a região volte a ter uma posição forte no desenvolvimento das tecnologias que vão suportar a economia do futuro. O que implicará, tal como refere o relatório Draghi, um movimento de consolidação do setor. 
Em paralelo, considera que se terá de regular muito menos. "Temos de decidir quais as leis são essenciais e mantê-las. E temos de remover todas as outras que fomos acumulando ao longo dos anos". No caso das telecomunicações, a Europa tem-se preocupado em regular para ter um mercado europeu competitivo em termos de preços, mas altamente protegido de operações de concentração. O que, na ótica do líder da organização que representa os fornecedores de serviços e redes de conectividade na Europa, tem travado a capacidade de investimento dos operadores.
Para a conseguirem alcançar, a Europa precisa de ter operadores maiores, com escala para competir não só dentro dos seus países, mas a uma escala global. E a regulação deve ser revista para desbloquear esse crescimento, que trará consigo maior capacidades e investimento. A escala é, nesta perspetiva, o segundo tema crítico para a soberania tecnológica.
Acresce a necessidade de inovar muito mais do que de inova hoje. Mas, para isso, terão de ser criadas condições para reforçar a capacidade de investimento dos operadores. E isso, na sua ótica, será determinante para que a região volte a ter uma posição forte no desenvolvimento das tecnologias que vão suportar a economia do futuro, e não se remeta cada vez mais ao papel de consumidor de serviços e de seguidor.
Deixando claro que esta é, aliás, uma conclusão geral, já refletida na estratégia europeia atual, com a qual se está a tentar recuperar a capacidade produtiva da Europa em muitas áreas, incluindo nas áreas tecnológicas, Alessandro Gropelli deixa claro que "a Europa é muito boa a analisar, menos boa a executar", e se s oportunidades que não forem aproveitadas aqui serão exploradas noutras geografias. 
E questiona: "Se não criarmos a próxima onda de tecnologia, o que vamos produzir nas próximas décadas? Seremos capazes, como indústria, como governos e como Comissão Europeia, de desenvolver em conjunto uma visão para o futuro de um setor, o das telecomunicações, que, com suas redes e serviços, permitirá o futuro e o crescimento futuro para as décadas de 2030 e 2040? Conseguem imaginar 40 ou 50 pequenas operadoras de telecomunicações europeias competindo globalmente e sentadas à mesma mesa que gigantes da tecnologia como Meta ou Netflix?"


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