Arlindo Oliveira diz que posição sobre Huawei "não é justificada"

2024-04-11

A decisão de Portugal em banir a Huawei do 5G "não é justificada" e poderá levar a uma redução da concorrência, com impactos no custo para o consumidor. Para o atual presidente do INESC e professor catedrático do IST, que vai ser este ano presidente do Congresso da APDC, apesar da China não ser uma democracia, a forma mais correta de melhorar as condições de vida e o relacionamento com aquele país não é afastar e bloquear o país e a sua tecnologia".
Em entrevista à agência Lusa, a propósito do 33º Digital Business Congress, Arlindo Oliveira adiantou ainda que, sobre a posição de banir a China nesta guerra tecnológica que se vive, o que também discorda das políticas adotadas na Europa e nos Estados Unidos. Aliás, antecipa que, ""na prática, vamos assistir a uma redução da concorrência, a uma redução da qualidade de serviços que são prestados ao consumidor e a um isolamento ou uma tentativa de isolamento da China. Só vai contribuir para piorar as relações entre o Ocidente e a China".
Pelo facto de ter ligação a Macau, uma das duas regiões autónomas da China, Portugal devia, na sua ótica, "ter uma responsabilidade especial na manutenção de canais abertos com Macau e, através de Macau, com a China. Não devia estar entre os países mais agressivos nesta componente de limitar a tecnologia chinesa".
Acresce que o "argumento de que os produtos da Huawei podem ser usados para espionagem também se aplica aos produtos de outros fabricantes. Portanto, parece-me que não é uma boa desculpa, entendo que não há razão para isso e acho que a posição de Portugal tomou não é justificada".
Para o investigador e especialista em IA, tentar excluir a China do mercado central é estar a "partir o mundo em dois". O que "é mau do ponto de vista político e da defesa dos direitos humanos, é mau de um ponto de vista económico e, acima de tudo, é mau de um ponto de vista estratégico", argumenta. Se o Mundo já viveu assim, "estamos a caminhar para lá rapidamente outra vez".
"Viver no mundo partido em dois, numa altura em que a tecnologia é o que é, em que as armas nucleares são o que são, em que a manipulação social através de tecnologia é o que é (...), é muito perigoso. Corremos o risco de inverter a evolução positiva que houve quando acabou a Guerra Fria estamos", não só por causa da Rússia, mas também devido à China. 
Sobre o domínio da IA, não tem dúvidas de que é claro que é das empresas norte-americanas e do conglomerado de empresas e Estado chinês. "Estão muito à frente na inteligência artificial de qualquer outro país (...), para nós são mais visíveis as empresas americanas, pelos produtos que usamos. Mas dentro da China a realidade é diferente e, portanto, há um domínio enorme", salienta. Adiantando que "tanto a China como os Estados Unidos estão muito à frente nestas tecnologias e a Europa está a correr um bocadinho atrás e só não usamos mais tecnologia chinesa por razões geopolíticas".

 

 

 


2025-03-19 | Atualidade Nacional

Apesar de já estar a preparar o documento


2025-03-18 | Atualidade Nacional

Num investimento de 152 milhões de euros


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Na sequência do anúncio de perdas de 66 milhões em 2024


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Depois da análise aos quatro assistentes de IA mais utilizados


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Prazo de auscultação ao mercado terminou a 28 de fevereiro


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Mostra estudo Experis Tech Talent Outlook


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Com análise de 266 processos de contraordenação


2025-03-13 | Atualidade Nacional

Com novos recordes de acessos no 4º trimestre