Erica Orange: futuro com IA é de colaboração e de generalistas

2025-07-03

A IA não vai substituir os humanos, mas sim colaborar com eles e substituí-los nos trabalhos chatos e repetitivos. O futuro será cheio de possibilidades, com esta colaboração inteligente entre a máquina e a mente humana. Uma espécie de Batman e Robin', sendo os humanos o Batman, quem trabalha com as capacidades dos super-herói, e a IA o Robin, um parceiro confiável, que ajuda e tem recursos". A visão é de Erica Orange, partner da The Future Hunters e autora do livro AI + The New Human Frontier, na sua intervenção no arranque do Congresso da APDC.
Para a oradora, a visão tradicional de um futuro com a inteligência artificial (IA) não é a de um futuro distópico dominado pelos robots. A verdade é que cada um antecipa coisas diferentes, pois o futuro é "abstrato, confuso e aberto à interpretação. Não vem com um significado definido. É tudo uma questão de perceção. Alguns veem possibilidades infinitas, outros veem desafios iminentes e alguns podem apenas ver uma grande confusão. É um reflexo da nossa mentalidade e da forma como escolhemos lidar com o que está para vir. Mas tudo isso faz parte do processo de descoberta, de olhar para a mesma coisa que toda a gente e pensar nela de forma diferente". 
Perante esta constatação, Erica Orange criou um conceito de ‘Templosion' para descrever a compressão do tempo em que os eventos e mudanças ocorrem. "As coisas costumavam levar décadas. Agora estão acontecendo em anos, semanas ou dias", sendo que esta aceleração exponencial da mudança tecnológica, exemplificada pela rápida adoção do ChatGPT, cria um enorme fosso entre a velocidade da tecnologia e a capacidade humana de se adaptar, gerando medo e ansiedade. Mas a oradora garante que "a mudança não é o inimigo", mas sim "um nosso ataque à certeza", a nossa relutância em abraçar a ambiguidade do futuro. "O obstáculo ao progresso não é o ritmo da mudança. É a paralisia do conforto", considera.
Centrando-se na IA, diz que a promessa desta não reside na tecnologia em si, mas sim na sua capacidade de "aumentar a inteligência". A narrativa que os robots vêm roubar os empregos das pessoas não é a narrativa de hoje, porque a situação não é das pessoas contra a tecnologia, mas sim das pessoas com a IA, a trabalharem colaborativamente.
Sendo que a IA vai assumir as tarefas "rotineiras, repetitivas e de baixo valor acrescentado", libertando os humanos para atividades ligadas à criatividade, a inteligência emocional e a imaginação. Uma espécie de Batman e Robin, sendo que "os humanos têm de ser o Batman neste cenário. Temos de ser quem trabalha com as capacidades dos super-heróis. Somos quem lidera com coragem, sabedoria e julgamento moral. E a AI é o Robin, um parceiro confiável, que ajuda e tem recursos".
Mas, apesar de todo este otimismo, alerta para necessidade de cautela e discernimento por parte dos humanos em relação à IA: "temos sempre de questionar a tecnologia.  Uma das coisas que sabemos é que, em tempos de descoberta, é cada vez mais difícil saber a diferença entre o que é real e falso, verdadeiro e falso. E é aí que o humano entra, para ter capacidade de discernir essas diferentes realidades e descobrir se o que a AI está a dizer faz sentido. 
Fazendo uma alusão aos exploradores portugueses dos descobrimentos, com o "Princípio de Magalhães", uma metáfora para a codescoberta e a exploração de territórios desconhecidos, destaca ainda que "O futuro não pertencerá só à IA ou só aos humanos, mas a ambos. Porque juntos, podem cocriar e ver futuro através da lente de uma espécie de lente de Magalhães.
Para navegar neste futuro, o mercado de trabalho precisará de um novo tipo de profissionais: os generalistas. "O futuro não vai precisar de especialistas. Vai precisar de generalista, alguém que pode conectar qualquer coisa com qualquer coisa, ver modelos através de modelos, resolver problemas com soluções vindas de domínios completamente novos e diferentes", destaca a oradora, para quem estes líderes do futuro não escolherão entre tecnologia e biologia, mas unirão disciplinas para criar soluções inovadoras.
Perante esta expetativa, apela à coragem de imaginar um futuro de grandes possibilidades. "Como é que, em um tempo de descoberta acelerada, cada um de nós pode se tornar um explorador? Como podemos pegar num telescópio e ver um céu cheio de estrelas e expandir nosso campo de vistãopara que tenhamos a capacidade de antecipar um mundo que vai ser um de grande possibilidade e grande oportunidade? Todas as possibilidades de abrem, com esta colaboração inteligente entre a máquina e a mente humana.

 

 

 


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