Estudo Vodafone: Portugal só tem 6% de smart cities avançadas

2022-09-21 No mercado nacional, só 6% das cidades estão na categoria mais avançada das smart cities e a cumprir as metas definidas por Bruxelas. Mas a maioria dos inquiridos no país considera que Portugal já iniciou a sua jornada de transformação digital para as smart cities e que as autoridades locais valorizam este conceito. Os dados são do estudo "Fit for the Future Cities", realizado em 10 países europeus, que foi encomendado pela Vodafone e conduzido pela Opinion Matters.
 
O trabalho revela que 66% dos inquiridos em Portugal disseram que o país já iniciou a sua jornada de transformação digital para as smart cities e que 80% acredita que as autoridades locais valorizam as soluções de smart cities. Sete em cada 10 cidades europeias inquiridas preveem investir em soluções inteligentes no futuro, com mais de metade (52%) a planear gastar entre 2 e 10 milhões de euros durante os próximos três anos.
 
Alargando aos 10 mercados analisados, o relatório alerta para a necessidade de medidas políticas urgentes - incluindo financiamento adequado, a criação de task-forces para as smart cities e a disponibilidade de conectividade de alta qualidade - para superar barreiras e garantir que a Comissão Europeia alcance a sua ambiciosa missão de ter, até 2030, 100 cidades inteligentes e neutras em carbono.
 
Embora os planos para smart cities nos 10 países estejam em diferentes fases de implementação, destaca-se existência de uma "fragmentação de responsabilidades" subjacente. Para superar obstáculos é normalmente necessária a intervenção em diferentes níveis geográficos, a que se junta o desafio de uma coordenação multiorganizacional complexa entre entidades municipais, governos e organismos intergovernamentais como a União Europeia.
Assim, foram identificadas como principais barreiras à implementação de smart cities: a falta de fundos; legislação; necessidade de existir infraestrutura adequada; preocupações com privacidade e segurança; complexidade dos procedimentos de aquisição; falta de estratégia; e
competências digitais.
 
"A Vodafone faz parcerias com entidades municipais em toda a UE, onde as suas soluções já estão a ser utilizadas, incluindo a medição inteligente para monitorizar o consumo de energia e SIMs para ajudar os motoristas de transporte público a reduzir os custos de combustível e a reduzir as emissões, alterando a forma como conduzem. Agora, mais do que nunca, com as atuais crises de energia e de custo de vida, os órgãos governamentais e os responsáveis pela formulação de políticas não devem esperar pelo momento ideal ou pela "solução perfeita". Devem iniciar já hoje a sua jornada de digitalização, mesmo que isso signifique começar com pequenos passos. Agora é o momento e a Vodafone está pronta para ajudar os governos e a sociedade a enfrentarem esses desafios no imediato, no médio e no longo prazo", diz Vinod Kumar, CEO da Vodafone Business, em comunicado.
O relatório identifica cinco estágios de adoção de smart cities, com a maior proporção de cidades (45%) a recair na categoria Pathfinder. Este grupo começou a adotar soluções, mas precisa de mais financiamento e de uma estratégia clara para perseguir as suas ambições futuras, bem como um investimento em infraestrutura digital adequada.
Já o grupo de países mais avançados na sua transformação digital está identificado como Front-Runner. Beneficia da existência de cidades tecnologicamente maduras e está motivado para investir ainda mais em soluções inovadoras. Representa apenas 6% das cidades em Portugal.
São identificadas as principais áreas de política em que a ação pode acelerar a adoção de smart cities em toda a Europa recomendando-se quatro ações específicas. A começar por assegurar a disponibilização de financiamento adequado, através de investimento público e privado, e garantir que as cidades estão cientes do apoio disponível, com orientações claras sobre o acesso a esses meios. 
Desenvolver projetos de smart cities, incentivando a criação de task forces para esta temática é outra área de polícita. As  equipas devem dar a conhecer as melhores práticas - por exemplo, sobre a forma de partilhar informação - e desenvolver mecanismos para medir a eficácia e o impacto das soluções de smart cities. Essas task-forces também podem fazer recomendações sobre como desenvolver e respeitar o enquadramento legal existente que afeta a implantação das smart cities, por exemplo na área da cibersegurança.
O estudo identifica ainda a necessidade de melhorar a literacia e as competências digitais tanto de quem está a selecionar e a implementar soluções de smart cities, como dos cidadãos que usarão os serviços disponibilizados por essas soluções. Assim como tornar disponível e acessível a todos a conectividade de alta qualidade, catalisador para o desenvolvimento bem-sucedido das smart cities.

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