A adoção da IA generativa tem o potencial de aumentar a produtividade na Administração Pública em 9%, em média, num timing a 10 anos. O que se traduzirá anualmente num impacto económico estimado em 1,2 mil milhões de euros. As estimativas são de um estudo da Google sobre a realidade portuguesa.
Denominado "The AI opportunity for eGoverment in Portugal", o trabalho foi encomendado pela Google à Implement Consulting Group e Católica Lisbon School of Business and Economics. O relatório conclui ainda que para dois terços da força de trabalho da AP, ou seja, cerca de 200 mil pessoas, a tecnologia de inteligência artificial generativa poderá melhorar uma parte significativa das suas tarefas, o que torna a sua integração nos processos diários viável.
O relatório indica ainda que mais de metade dos trabalhadores do setor público português já utiliza ferramentas de IA e que 80% acredita que estas serão importantes nos próximos 10 anos. Por isso, defende-se que "a próxima Agenda Nacional de Inteligência Artificial deve estabelecer metas ambiciosas e fornecer um roteiro claro para desbloquear a maior parte do potencial da IA para o setor público dentro de cinco anos e totalmente em 10 anos".
Num blogpost assinado por Filipa Brigola, Government Affairs & Public Policy Manager for Portugal, defende-se que a GenAI está a transformar a forma como trabalhamos e que a AP "tem uma oportunidade única de tirar partido dela para se modernizar". O país já está a dar os primeiros passos, citando o cado do assistente de IA no portal Gov.pt, que conseguiu responder a mais de 17 mil conversas no seu primeiro mês, resolvendo 62% dos casos sem necessidade de transferir para um assistente humano.
"Para os cidadãos, esta transformação pode significar menos burocracia e um acesso mais rápido a serviços essenciais. Ações como pedir um passaporte, registar um nascimento ou pagar impostos podem tornar-se mais simples, com a IA a ajudar a preencher formulários e a guiar os utilizadores. As empresas também podem beneficiar de processos mais ágeis para se candidatarem a contratos públicos ou a subvenções", refere Filipa Brigola.
O estudo apresenta algumas recomendações, para que o país possa capturar todo o potencial da tecnologia. Como priorizar tarefas transversais para alcançar escala em soluções de IA, sendo que a estratégia de contratação de IA deve ser interinstitucional.
Deverá ainda começar-se por soluções de IA de baixo risco e internas, transitando gradualmente para aplicações de IA voltadas para o exterior. E é preciso criar benefícios para os cidadãos, como uma maior disponibilidade de assistentes sociais e interações eficientes com serviços públicos, assim como para as empresas, nomeadamente com tempos de resposta mais rápido e redução de encargos administrativos.
Considerar todos os aspetos da soberania e adotar os controlos certos com base na carga de trabalho e definir soluções equilibradas entre soberania, capacidades e custos são outras medidas. Assim como garantir flexibilidade, escalabilidade e alinhamento com padrões abertos para evitar a dependência de fornecedores. E monitorizar os custos de subscrição, estabelecer práticas éticas, seguras e sustentáveis nos contratos com fornecedores.
 gestora garante que a tecnológica continuará a "investir em infraestrutura local, de forma que as novas produções, criações e inovações não tenham nenhuma limitação tecnológica. A Google, em 2022, inaugurou o cabo submarino Equiano, que reforça a conectividade entre Portugal e África, e, no ano seguinte, anunciou mais um cabo, o Nuvem, que deverá estar pronto em 2026, e liga Portugal aos Estados Unidos, incluindo os Açores. Em 2025, anunciamos o Sol, um novo cabo submarino transatlântico que ligará Espanha aos Estados Unidos, passando pelas Bermudas e os Açores".
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