IA e automação ameaçam quase 29% da força de trabalho portuguesa

2025-04-04

Quase 29% da força de trabalho do setor privado correm o risco de ficar sem emprego com a automação e a crescente utilização de ferramentas de inteligência artificial. São as chamadas "profissões em colapso", já que têm um baixo potencial de transformação. O alerta é dado por um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que diz que a aposta terá de ser na formação e requalificação. 
Denominado "Automação e inteligência artificial no mercado de trabalho português: desafios e oportunidades", este policy paper foi coordenado por Rui Baptista, professor do IST. Revela que esta área das ‘profissões em colapso', cujos empregos estão seriamente ameaçados pela automação e pela IA, correndo sérios riscos de extinção, abrange 28,9% da força de trabalho do país e inclui empregados de mesa e de bar, operadores de equipamentos móveis e cozinheiros).
Já os professores de ensino básico e educadores de infância, especialistas em vendas, marketing, finanças e contabilidade, que correspondem a cerca de 22,5% da força de trabalho nacional, são exemplos das ‘profissões em ascensão' e das que serão as mais beneficiadas pela digitalização. Todas têm potencial para usufruir de ganhos de produtividade relacionados com a IA, ao mesmo tempo que estão salvaguardadas dos efeitos destrutivos da automação.
Mas na maior fatia do emprego em Portugal (35,7%) é composta por profissões que não poderão ser substituídas pela automação, mas também não irão beneficiar da digitalização. Entre elas estão os trabalhadores de limpeza em casas particulares, escritórios e hotéis, técnicos de atividade física e agricultores qualificados - as chamadas profissões do ‘terreno dos humanos'   que não correm o risco de substituição.
Já no que respeita a uma parte dos trabalhadores (12,9%) que são empregados no ‘terreno das máquinas', o futuro é mais difícil de antecipar. O trabalho refere que nos casos dos empregados de escritório, operadores de máquina do fabrico de produtos alimentares, empregados de serviços de apoio à produção e transportes, tanto podem usufruir como sucumbir à mudança tecnológica.
Face às oportunidades e os riscos da digitalização do mercado trabalho, que variam a nível nacional, considera-se "fundamental desenvolver políticas públicas, que respondam às especificidades dessas economias locais". Por exemplo, Lisboa, Coimbra, Porto e Vila Real são os distritos que mais podem beneficiar da automação e da IA, uma vez que são os distritos com maior percentagem de trabalhadores em ‘profissões em ascensão'. Já Viana do Castelo, Braga, Aveiro e Viseu têm mais de 40% do emprego exposto aos efeitos destrutivos da mudança tecnológica.
Em termos de preparar o mercado de trabalho para o futuro, o estudo destaca a "necessidade de formação e desenvolvimento de competências, no sentido de preparar a força de trabalho para as exigências de uma economia digitalizada". Sendo importante ainda rever os currículos académicos, para dar maior relevo à literacia digital, à IA e ao uso de tecnologias de automação.
Também a requalificação será necessária para as profissões que não estão em risco de automação, de forma a garantir uma empregabilidade a longo prazo. Por isso, enfatizam a crescente importância para o futuro de competências como a comunicação, a criatividade ou a resolução de problemas.

 


2025-04-23 | Atualidade Nacional

Telcos mantêm preços inalterados em março face a fevereiro


2025-04-23 | Atualidade Nacional

Depois de um reforço de 32% na faturação global


2025-04-23 | Atualidade Nacional

Gigante garante cumprimento das regras do RGDP


2025-04-23 | Atualidade Nacional

Diz Observatório do Risco Geopolítico para Empresas, da Porto Business School


2025-04-16 | Atualidade Nacional

Devendo-se a causas externas ao setor


2025-04-15 | Atualidade Nacional

CEO do grupo defende quadro regulatório adequado


2025-04-10 | Atualidade Nacional

Operador já recorreu da decisão do regulador