O investimento na área da segurança deverá alcançar os 371 milhões de euros em Portugal até final deste ano. O que representará um reforço homólogo de 10%, centrado não só na segurança das infraestruturas nas organizações, mas também na segurança da informação, que está a ficar cada vez mais complexa com a integração da Inteligência Artificial (IA). As previsões são da IDC e foram apresentadas no IDC Security Roadshow.
Assim, as categorias que vão representar umo investimento mais elevado serão as de Managed Services (72,67 milhões de euros), Analytics Software (62,5 milhões de euros) e Endpoint Software (50 milhões de euros).
"A segurança das infraestruturas continua a ser a principal área de investimento para as organizações europeias e portuguesas, uma vez que é crucial proteger os ativos de TI - como dados, aplicações, redes e dispositivos -, em conformidade com os departamentos de tecnologia e jurídicos das empresas", refere Gabriel Coimbra, Group Vice President e Country Manager da IDC Portugal.
O mesmo responsável adianta que "a falta de proteção desses ativos pode resultar em violações graves, afetando a confiança de clientes, parceiros e stakeholders, e levar à perda de vantagem competitiva e de lucros para a empresa. Por isso, as organizações estão a reavaliar e a fortalecer proactivamente a sua resiliência cibernética para garantir altos padrões de segurança".
Mas se a segurança das infraestruturas é fundamental para as organizações, a segurança da informação está a ficar ainda mais complexa com a atual integração da IA. Ainda mais que a confiança na tecnologia IA ainda é baixa, surgindo da falta de compreensão sobre como é que a IA toma decisões e sobre o impacto que essas decisões podem ter na atividade. Para superar esta lacuna, a IDC considera é crucial estabelecer uma ponte entre segurança e IA, baseada na confiança e na transparência.
A pesquisa da IDC indica ainda que a confiança é um requisito para que os indivíduos e as organizações partilhem as suas experiências pessoais e dados organizacionais. Como tal, são necessários dados de alta qualidade para criar modelos de IA que contribuam com alta perceção de qualidade.
No evento, foram anunciadas as 10 principais previsões que vão influenciar a confiança na IA, em 2024, tendo por base o estudo "Worldwide Future of Trust 2024 - IDC Predictions":
Previsão 1: Até 2024 cerca de 35% do G2000 irá implementar a IA Generativa em dados primários nos seus SOCs para deteção e resposta a analistas de nível superior, enquanto resolve preconceitos, privacidade e aprendizagem reforçada.
Previsão 2: O pretexto emergente baseado na IA Generativa levará 45% das médias e grandes organizações a adotar soluções de deteção e resposta de identidade, até 2026.
Previsão 3: Até 2026, os estados que representam 20% da população dos EUA vão introduzir leis para restringir e gerir a utilização de tecnologias deepfake, tais como vídeo, voz, imagens e ainda voz e imagens geradas por IA.
Previsão 4: Até 2026, 30% das organizações pretendem utilizar a IA para melhorar a privacidade dos dados através do uso de anonimização de dados, encriptação, deteção de anomalias e técnicas de ML de preservação da privacidade.
Previsão 5: Até ao final de 2024, 80% das grandes organizações vão ter estendido as suas implantações de DLP para ambientes IA Generativa para evitar violações de privacidade e violações de dados.
Previsão 6: Até 2024, 50% das organizações do G2000 terão de demonstrar práticas de soberania digital alinhadas com a legislação local sobre processamento, armazenamento, classificação e gestão de dados.
Previsão 7: Até 2026, 40% das organizações vão utilizar soluções de risco e conformidade para monitorizar continuamente os dados em tempo real para prever a não conformidade interna ou de associações de terceiros.
Previsão 8: Até 2027, 50% das organizações pretende utilizar modelos de quantificação para atribuir um valor em dólares aos riscos cibernéticos.
Previsão 9: Até 2026, 20% das organizações vão utilizar uma plataforma de cibersegurança proactiva que agrega as exposições ao risco para classificar e dar prioridade ao risco de cibersegurança na totalidade, em vez de uma ferramenta isolada.
Previsão 10: Até 2025, 75% das empresas do G2000 vão ter implementados conselhos de revisão para supervisão da gestão do uso ético e responsável da IA.
Accenture, Inetum e Milestone foram reconhecidas com os SAP PKOM Awards