No ano passado, alcançou-se um novo recorde de investimento em Portugal: 32 mil milhões de euros. Um valor que permitiu a criação de um maior número de empregos mais qualificados, como avançou o Primeiro-Ministro numa visita à sede da Accenture Portugal, multinacional que no último ano abriu três novos centros tecnológicos em Matosinhos, Aveiro e Coimbra.
"Ano após ano, temos vindo a ter um aumento significativo do investimento privado e temos vindo a bater sucessivos recordes no aumento do stock de investimento direto estrangeiro no nosso país, o que se tem traduzido no crescimento da economia, no facto de termos o emprego hoje em máximos e os rendimentos também poderem ter vindo a evoluir", referiu ainda António Costa. Garantindo que o país "vai continuar a apostar no talento e a atrair e a fixar o investimento necessário para aproveitar totalmente este potencial. Temos de assegurar que esta geração é mesmo a mais realizada de sempre".
Estima-se que nos últimos anos, cerca de 200 empresas criaram 85 mil postos de trabalho altamente qualificados. Pelo que "é importante termos cada vez mais empresas com serviços e produtos de maior valor acrescentado, em correspondência com um novo paradigma salarial", adiantou o governante, destacando o desafio da retenção do talento que o sistema educativo e universitário formou nas últimas três décadas.
O Primeiro-Ministro salientou ainda que entre 2015 e 2022, mais 72 mil pessoas com menos de 35 anos e formação superior tiveram contratos de trabalho efetivo. "Essa é uma realidade que traduz a criação de emprego mais qualificado e é uma dinâmica que temos de prosseguir. Felizmente temos conseguido continuar a aumentar o número de jovens com acesso ao ensino superior. Por um lado, o abandono escolar precoce no ensino secundário caiu para menos de metade nos últimos sete anos e neste momento já estamos acima da média europeia relativamente ao número de pessoas que frequentam o ensino superior, com 48% face aos 42% da média europeia".
E relembrou que se hoje "temos vindo a fixar em Portugal tantos centros de competências avançadas como aqueles que a Accenture abriu, três no último ano, como várias outras empresas dos mais diversos setores de atividade o têm feito, é porque hoje temos recursos humanos altamente qualificados".
Destacou ainda que no ano passado, pela primeira vez, as exportações nacionais representaram mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB): "Não desvalorizando o turismo, fundamental para a nossa economia, o crescimento da exportação de bens tem sido muito superior ao da exportação de serviços. E dentro dos serviços, os outros serviços como os da Accenture têm crescido mais do que tem sido o crescimento do turismo".