Foi enviado esta semana para o espaço o primeiro satélite comercial português, o PoSAT-2, desenvolvido pela LusoSpace. Destina-se à monitorização dos oceanos e seguiu a bordo do Falcon 9, da Space X de Elon Musk. Seguiu ainda o PROMETHEUS-1, um projeto da Universidade do Minho, destinado a captar imagens e avaliar o desempenho de software e hardware no espaço.
O PoSAT-2 é o primeiro de uma constelação de 12 microssatélites projetados para monitorizar o tráfego marítimo. Teve um custo estimado de um milhão de euros e foi concebido para revolucionar as comunicações marítimas, com um sistema de mensagens curtas. A tecnologia permitirá, por exemplo, alertar embarcações sobre condições meteorológicas adversas, possíveis ameaças de pirataria e emergências no mar. O projeto presta homenagem ao PoSAT-1, o primeiro satélite português, lançado em 1993.
Espera-se que os primeiros dados do PoSAT-2 estejam disponíveis em novembro, marcando o início de uma nova era para as comunicações marítimas. Foi financiado parcialmente pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo o projeto um orçamento total de 15 milhões de euros para o lançamento de 12 satélites até ao final de 2025.
Já o PROMETHEUS-1, desenvolvido pela Universidade do Minho (UMinho), tem uma abordagem mais pedagógica. O objetivo é captar imagens e avaliar o desempenho de software e hardware no espaço e foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa CMU Portugal.
O PoSAT-2 fo testado no laboratório de ensaios especiais do ISQ, em Castelo Branco. Um facto que representa um marco histórico para a área do espaço nacional, onde o ISQ trabalha há mais de 20 anos. O ISQ prevê vir a testar mais satélites da constelação portuguesa VDES, no âmbito da parceria com a LusoSpace, que se insere na agenda mobilizadora (PRR) New Space Portugal.
O ISQ está presente com uma equipa permanente na base aeroespacial em Kourou e tem vindo a participar em vários projetos da Agência Espacial Europeia. Começou com um engenheiro e conta hoje com uma equipa de oito pessoas, sendo a perspetiva de crescimento. Muitos dos engenheiros do ISQ que trabalham no Centro Espacial têm experiência noutros projetos com níveis de exigência semelhantes tais como o CERN (European Organization for Nuclear Research), o ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), o European Southern Observatory (ESO) ou o Petroleum Institute.
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