É nas áreas de tecnologias e de consultoria de topo, seguindo-se o setor automóvel, que estão as empresas consideradas mais atrativas para trabalhar pelos jovens portugueses. Mais do que um ordenado estável, todos procuram crescimento, flexibilidade e significado no trabalho. A conclusão é de uma análise da Magma Studio.
Mais de 6.500 estudantes e recém-licenciados responderam a esta análise, que mostra que esta nova geração coloca no topo das preferências ranking das empresas mais atrativas a Google, Microsoft e Deloitte. Seguem-se BMW Group, Mercedes-Benz e EDP, com um claro favoritismo pelo setor tecnológico (36%), automóvel (13%) e consultoria (13%). Já a banca e os seguros, antes olhados como setores seguros, aparecem agora no final da lista, com apenas 4% de preferência.
O estudo aponta para uma necessidade de maior transparência e equidade salarial no mercado. O que é demonstrado pelas expetativas dos entrevistados: os jovens esperam um salário médio de 1.303 euros líquidos/mês ao iniciar carreira, mas os estudantes de tecnologia pedem, em média, 11,9% mais que os de gestão; e os homens apresentam expectativas 9,3% superiores às das mulheres.
Mas se o salário é importante, não é tudo. Para 77% dos jovens, um modelo de trabalho híbrido é essencial, enquanto apenas 16% preferem um regime 100% presencial. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornou-se uma prioridade, e as empresas que ignorarem esta tendência poderão perder talento para concorrentes mais flexíveis.
Entre os três principais fatores que levam os jovens as sair dos seus empregos estão a falta de crescimento e aprendizagem (26%); melhor oferta financeira (24%); e incompatibilidade com a cultura da empresa (11%). O que vem reforçar a ideia de que os jovens querem trabalhar onde sentem que estão a evoluir. Um salário competitivo ajuda, mas não compensa a estagnação profissional ou um ambiente tóxico.
Quando ingressam no mercado de trabalho, também têm algumas preocupações bem definidas: 19% temem não gostar do que fazem;19% receiam um ambiente de trabalho desmotivante; e 14% têm medo de cometer erros e falhar. O estudo também aponta para preocupações sociais maiores: o custo de vida é a principal inquietação (31%), seguido da saúde mental (22%) e do desemprego (15%).