Em 2024, a MEO apresentou receitas totais de 2,77 mil milhões de euros, revelando um aumento marginal de 0,7% em relação ao ano anterior. O que se ficou a dever sobretudo ao impacto da quebra de receitas da Altice Labs, provenientes essencialmente das vendas de equipamentos e hardware. Excluindo a performance desta subsidiária, as receitas subiram 5,4% "revelando a solidez da performance dos serviços core de telecomunicações, a diversificação de portefólio, em especial no negócio de Energia, bem como a qualidade e excelência dos serviços prestados", avança o operador em comunicado.
Também o EBITDA apresentou uma redução de 1,2%, ficando nos 994 milhões de euros, também penalizado essencialmente pela performance da Altice Labs. Excluindo o desempenho desta, registou um acréscimo de 3,3%. Já o investimento total foi de 422 milhões de euros.
Em comunicado da empresa, refere-se ainda que no 4º trimestre do ano as receitas do segmento consumo fixaram-se nos 381 milhões de euros, mais 7,7% que um ano antes, enquanto as receitas de serviço aumentaram 6,6%. Um bom desempenho explicado pela expansão da base de clientes únicos, que cresceu nos últimos 12 meses, e pela valorização média de cada Cliente, potenciado pela cobertura em fibra, xonvergência e
diversificação de portefólio.
Um exemplo dessa diversificação são os pacotes de tarifários combinados Telco + Energia. A MEO Energia foi o comercializador que, no 4º trimestre, e consistentemente, desde julho de 2024, tem vindo a realizar a maior captação de clientes em número absoluto, de acordo com a ERSE, nos boletins mensais sobre o Mercado Liberalizado de Eletricidade.
Contabilizando apenas o 4º trimestre do ano, as receitas foram de 726 milhões de euros, um incremento de 3,1%, face a igual período do ano anterior, graças aos aumentos de 7,7% no Segmento Consumo e de 7,9% no Segmento de Serviços Empresariais (excluindo a Altice Labs). O operador ficou com uma base total de RGUs, de serviços fixos e móveis, de 14 milhões. Sendo que os clientes únicos do segmento consumo totalizaram 1,7 milhões.
Por áreas, os serviços fixos ficaram em 6,1 milhões no 4º trimestre, mais 1,4%, e a base de clientes de tv paga e de conectividade cresceu 2,3 e 2,8%, respetivamente, ficando ambas em 1,9 milhões. Já a base de clientes móveis pós-pago atingiu 5,3 milhões e, impulsionada pela convergência.
Com um EBITDA de 231 milhões de euros no trimestre, a MEO investiu um total de 129 milhões de euros. Ficou com 6,5 milhões de casas com fibra ótica, uma cobertura populacional de rede 5G de 95,8% e de 99,97% na rede 4G.
Já as receitas do segmento de serviços empresariais foram no 4º trimestre de 344 Milhões de euros, o mais 7,9% (excluindo a Altice Labs) face ao trimestre homólogo
do ano anterior. Mas considerando o impacto da Altice Labs, a receita global de serviços
empresariais decresceu 1,5%. Refere-se ainda que no total do ano, a performance positiva do negócio Wholesale, graças ao maior aluguer de infraestruturas, nomeadamente, Condutas, Postes e Espaços Técnicos, a outros Operadores.
"Os resultados de 2024 refletem a capacidade de adaptação da MEO num setor em profunda transformação. Num mundo onde a conectividade é essencial para o progresso económico e social, a diferenciação apenas se consolidará na capacidade de inovar. É este o foco, porque acreditamos que o investimento contínuo, com estratégia e racionalidade, é o único caminho para o futuro", refere em comunicado a CEO do grupo, Ana Figueiredo.
Segundo a responsável, face à redefinição do papel dos operadores, como facilitadores da economia digital e da sociedade conectada, a "MEO tem abraçado esta mudança,
transformando-se de telco para techco, diversificando a sua oferta de serviços e ampliando o seu impacto para além das telecomunicações tradicionais, a setores como ICT, segurança, cloud e inteligência artificial".
Outra das áreas onde está presente é a da energia, com a MEO Energia a conseguir afirmar-se em poucos meses como "um player relevante no setor energético, provando que a atuação integrada em ângulos que vão para além do digital e das telecomunicações, pode criar oportunidades para os consumidores e empresas".
O processo de transformação estende-se ainda à modernização das infraestruturas, automação e utilização da IA para "melhorar a experiência dos clientes, otimizar processos e tornar os nossos serviços mais eficientes". Sendo que "a expansão da fibra ótica e a consolidação da liderança no 5G são reflexo dessa aposta estratégica, que posiciona Portugal na vanguarda da conectividade".
Mas Ana Figueiredo alerta que "apesar dos avanços tecnológicos e dos investimentos realizados, a competitividade do setor continua a ser influenciada por desafios estruturais". Pelo que defende que o quadro regulatório deverá "evoluir para acompanhar a realidade do mercado e permitir que os operadores continuem a inovar e a crescer. É fundamental garantir um ambiente que incentive o investimento em infraestrutura e serviços digitais, promovendo um setor mais sustentável e dinâmico". Só assim será possível "reforçar a posição de Portugal como um hub tecnológico e digital na Europa".
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