Portugal acelera na IA mas precisa de fazer muito mais

2025-05-14

O país está numa posição privilegiada para liderar a revolução da inteligência artificial. Mas tudo dependerá da adoção de políticas audazes, do investimento em talento e de uma maior ambição estratégica das empresas. Para já, e apesar o país estar a acelerar na adoção da tecnologia, persistem ainda muitos desafios que urge ultrapassar para retirar todo o potencial desta que já é considerada uma nova era. A conclusão é de um estudo da AWS e da Strand Partners.
Denominado "Desbloquear as Ambições de Portugal sobre Inteligência Artificial (IA) na Década Digital em 2025", mostra que até 2023, a IA ligada à cloud acrescentou mais de 647 milhões de dólares ao PIB português em 2023, o que revela o potencial económico se a adoção se expandir em todos os setores. Isto tendo em conta que se estima que até 2030 a tecnologia adicione mais 2,6 biliões de dólares ao PIB europeu, com o país a beneficiar de forma proporcional, se mantiver o ritmo atual.
Os dados mostram que 41% das empresas em Portugal já utilizam IA, mais seis pontos percentuais face a 2023. Com as startups a destacarem-se: 62% adotaram a tecnologia, com 35% a desenvolver produtos ou serviços totalmente baseados em IA. No último ano, cerca de 96 mil empresas integraram a IA pela primeira vez, com um crescimento médio de 17% ao ano.
O investimento no setor também disparou: as empresas aumentaram os gastos em IA em 24% no último ano, equiparando-se à média europeia (22%). As projeções apontam para que em, num timing a três anos, a IA representará 16% dos orçamentos de TI das organizações.
E registam-se entre as empresas que utilizam a IA benefícios claros e mensuráveis. Cerca de 77% das empresas reportam melhorias significativas na produtividade, destacando-se: a análise de dados simplificada (66%), automatização de tarefas repetitivas (54%), melhoria no atendimento ao cliente (53%. A quase totalidade (94%) registaram aumentos médios de 30% nas receitas graças à IA.
Já quanto aos desafios críticos a endereçar, o trabalho destaca que entre os obstáculos que persistem e que limitam o potencial da IA estão AS Competências digitais insuficientes: 42% das empresas identificam a falta de especialização como barreira e 57% afirmam que esta lacuna está a travar a inovação. Há ainda custos percecionados e retorno do investimento: 34% das empresas consideram os custos iniciais um entrave e 21% pedem clareza sobre o retorno financeiro da IA.
Destaca-se ainda uma adoção superficial da tecnologia. Apenas 11% das grandes empresas usam IA de forma transformadora, quando já 35% das startups o fazem. 65% das PME limitam-se a aplicações básicas, como automatização.
Para consolidar Portugal como líder europeu em IA, o documento destaca três eixos prioritários. O primeiro é reforçar o ecossistema de startups, sendo que 89% destas exigem acesso a capital de risco para escalar soluções. Segue-se a aceleração da transformação digital em PME e grandes empresas, com a criação de incentivos fiscais para projetos de IA de alto impacto e o desenvolvimento de centros de inovação setoriais para promover parcerias entre empresas e academia. Por fim, surge o investimento em competências e regulamentação, tendo em conta que 48% dos novos empregos exigirão literacia em IA até 2026.

 


2025-06-17 | Atualidade Nacional

Dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey


2025-06-17 | Atualidade Nacional

Relatórios das telcos, aviação e transportes vão ser analisados pelo Governo


2025-06-06 | Atualidade Nacional

Vai liderar estratégia de digitalização nacional


2025-06-04 | Atualidade Nacional

Mostra estudo do Grupo IPG Mediabrands sobre a geração Alpha portuguesa


2025-06-04 | Atualidade Nacional

Projeto é liderado pela Startup Portugal


2025-06-04 | Atualidade Nacional

No seu mais recente relatório de avaliação