O país alcançou em 2022 o 6º lugar entre os principais destinos de investimento na Europa, subindo dois lugares no ranking europeu face ao ano anterior, 24% face a 2021 e 61% face a 2020. Os seis países que mais investem no país consolidaram a sua posição, com a Alemanha a alcançar a 1ª posição como principal investidor. Os dados são do ‘EY Attractiveness Survey Portugal 2023' e mostram que se registaram um total de 248 projetos de investimento direto estrangeiro (IDE).
Este trabalho revela ainda que, no panorama europeu, o desempenho de Portugal ganhou ainda maior destaque, sendo o país que exibiu o maior crescimento entre o top10 de países europeus na atração de investimento entre 2021 e 2022. Além da Alemanha, que foi o país que mais investiu, com 36 projetos, ultrapassando os Estados Unidos, que ficou em 2º lugar, com 35 projetos, há outros países que também estão a aumentar a sua importância em termos de IDE. É o caso dos Países Baixos e da Dinamarca, num processo consistente de diversificação dos países investidores. No top6 dos países que mais investiram estão ainda a França, Reino Unido, Espanha e Suíça.
O inquérito da EY foi realizado entre fevereiro e abril de 2023, junto de um painel representativo de 202 decision-makers internacionais. E mostra que as expetativas de investimento a curto prazo são animadoras, com 72% dos investidores a preverem estabelecer ou expandir operações em Portugal em 2024, um crescimento relevante face aos 62% do ano anterior e acima da perceção da média europeia de 67%.
O setor de software e IT services mantém-se coma área líder em projetos de IDE em Portugal, confirmando a atratividade do país na economia digital e contribuindo para uma economia nacional mais sofisticada, assente em serviços avançados. Assim, os projetos de IDE de software e IT services cresceram 52% face a 2021. Registaram-se um total de 99 projetos de IDE, sendo 76 deles representativos de empresas que estabelecem a sua operação em Portugal pela primeira vez. A maioria dos projetos estão em Lisboa e no Porto, revelando potencial para criar, pelo menos, 24.574 novos empregos.
Outros setores representativos, enquanto eixos de IDE em Portugal, são os Business Services and Professional Services, Transportation Manufacturers and Suppliers, Finances e Transportation and Logistics. Mas os Finances registaram um crescimento de 200% face a 2021, numa dinâmica explicada por dois fatores principais: os fundos de investimento que estão a estabelecer a sua operação em Portugal de forma a estarem mais próximos do crescente ecossistema de startups nacional; e as fintechs, que olham para o país como mercado para desenvolver e testar as suas soluções de negócio inovadoras.
Em termos de distribuição geográfica dos investimentos, a Área Metropolitana de Lisboa e o (Porto e) Norte de Portugal concentram uma proporção significativa do IDE no país, com 87% dos projetos a direcionarem-se para estas regiões, em linha com o que ocorria em anos anteriores.
Qualidade de vida, estabilidade social e presença de infraestruturas de telecomunicações, transporte e logística e apoios e incentivos assegurados por entidades públicas locais são os principais fatores de atratividade tipicamente associados à economia portuguesa.
Tendo em conta estes dados, o ‘EY Attractiveness Survey Portugal 2023' aponta cinco áreas de aposta para a atratividade de Portugal no futuro, enfatizando a dinamização de fatores de atratividade do país e garantindo a mitigação dos entraves que ainda se colocam à captação de IDE: dinamizar apoio a potenciais investidores externos; impulsionar o talento e a educação, nomeadamente nas competências que enfrentam maior procura; reforçar o posicionamento de Portugal na sustentabilidade ambiental; promover um sistema fiscal concebido para atrair e apoiar investimentos; e promover a inovação através de networks e talentos especializados.