Portugal ocupa a sexta posição no ranking dos países europeus com maior taxa de crescimento de projetos de investimento direto estrangeiro (IDE). Em 2023, o país conseguiu captar um número recorde de projetos - 248 - sendo que os países que mais investiram foram a Alemanha, Estados Unidos, França, Reino Unido e Espanha. A mão de obra qualificada continua a ser um dos principais fatores de atratividade. As conclusões são do mais recente EY Attractiveness Survey.
O relatório indica que 29% dos investidores inquiridos valorizam o talento nacional, sendo que o país ultrapassa a média europeia em termos de disponibilidade e qualidade de recursos humanos. Acrescem ainda, na capacidade de atração, áreas como a qualidade das instituições, a logística global simplificada, a maior disponibilidade de internet e eletricidade verde e a melhoria da formação académica e profissional.
Este trabalho abrangeu 202 investidores, sendo que 62% estão em Portugal e 67% são da Europa Ocidental, seguindo-se 19% da América do Norte, 5% da Europa do Norte, 4,5% da Ásia e 4% do Brasil. E indica que o país foi o 3º país que mais cresceu na UE em projetos IDE em termos de PIB, com 6,7%.
Por áreas, o IDE incidiu no ano passado com maior expressão no setor do software e dos serviços de TI, com um total de 99, sendo que 76 resultaram de empresas que se estrearam no país. São dados que confirmam a atratividade do país na economia digital, sendo que 59% dos investidores preveem melhorias na atratividade do país nos próximos três anos.
Por países, a Alemanha ultrapassou os Estados Unidos em termos de investimento, com um total de 36 projetos. Sendo que incidiram essencialmente nas áreas de software e serviços TI. Também os investimentos dos EUA e França se centraram nesta área. No total, os três países avançaram com 39 projetos, ou seja, 39,4% do total de projetos em software e serviços de TI.
O relatório refere ainda que os seis países que mais investem mantiveram-se, mas que estão a surgir e os projetos de outros países, como os Países Baixos ou a Dinamarca. Ambos passaram, respetivamente, de quatro e dois projetos em 2022 para 14 e oito no ano passado.
Estes dados positivos não escondem, no entanto, outros fatores onde há que reforçar. Como os objetivos climáticos para 2030, que continuam a ser uma meta na sustentabilidade. Ou a sensibilização para a inovação. Já na proteção de dados e na disponibilidade de mão de obra com competências tecnológicas, o país está alinhado com os demais países europeus. Sugerem-se ainda melhorias ao nível da competitividade das indústrias menos qualificadas, do desenvolvimento dos fatores que potenciam o crescimento e da produtividade, da regulamentação e políticas ambientais e do apoio às PME.
Ainda assim, 73% dos investidores inquiridos querem investir em Portugal. Sendo que os que pretendem apostar nos próximos três anos se centram em 52% dos casos nas e vendas e marketing. Só 8% pretende diminuir a presença.