Confirma-se: há cada vez mais profissionais de tecnologia a trabalhar a partir de Portugal para empresas internacionais. Pelo menos 22,6% do talento tecnológico nacional já o faz este ano, quando a percentagem em 2022 era de apenas 18,6%. Os dados são da Global Tech Talent Trends Report para Portugal, da Landing Jobs.
Tal como outros mercados, o nosso país registou mudanças drásticas no setor de tecnologia nos últimos anos. A pandemia acelerou a adoção em massa do teletrabalho, pelo que as barreiras geográficas e culturais desapareceram, permitindo que os profissionais das áreas de maior procura trabalhem remotamente para empresas fora do país. Os dados indicam ainda que só 10,6% da força de trabalho das empresas portuguesas vem de outros países.
Com informação variada que inclui dados demográficos, funções profissionais, tecnologias, gestão de carreira e salário e regalias, entre outros, o relatório destaca que o trabalho remoto continua alto (42%), mas é o formato híbrido que prevalece (52%). Já a presença a tempo inteiro no escritório representa apenas a pequena percentagem restante (6%).
Entre os talentos tecnológicos inquiridos, 49% querem permanecer em Portugal, enquanto 24% afirmam desejar trabalhar para outro país. A procura de um melhor salário ou uma maior qualidade de vida são consideradas as principais razões, assim como os benefícios de saúde, bónus anuais e formação paga.
CTO, Technical Team Leader e Blockchain/Web3 Developer são as funções mais bem pagas. No lado dos que ganham menos estão os cargos de Quality Assurance/Testing, SysAdmin Engineer e Maintenance & Support. Em média, o valor anual bruto ganho por um profissional de tecnologia ronda os 46.334 euros. Sendo que as mulheres ganham cerca de 35% memnos que os homens.
Na distribuição de profissionais de tecnologia por tipo de empresa, registaram-se alterações marginais face a 2022. As startups foram as que mais perderam, passando de 14,9% em 2022 para 12,1% este ano, com o outsourcing local e as PME a descerem também. Subiram as empresas de consultoria e prestação de serviços e de corporate, que juntas aumentaram a sua representatividade em 3,1%