Tráfego de voz e de internet móvel cresce em 2020

2021-03-04 A situação pandémica gerou ao longo de 2020 um significativo aumento do tráfego de voz e dados móveis face ao ano anterior. Na voz, o crescimento foi de 16,4% e no acesso à internet de 28,1%. Cada utilizador consumiu mensalmente 238 minutos de voz móvel e 4,8 GB por mês de banda larga móvel. Os números são da Anacom.

De acordo com o regulador, o tráfego médio por acesso móvel cresceu 11,9% em 2020 face ao ano anterior. O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel foi, em média, de 238 por mês, mais 34 minutos (+16,4%) que em 2019. A duração média das chamadas foi de 196 segundos por chamada, mais 35 segundos (+21,9%).

Por tipo de chamada, registou-se um aumento significativo do aumento do tráfego off-net (+23,3%) e on-net (+13,3%). Assim como subidas do tráfego móvel - fixo (+21,4%) e com destino a números curtos e não geográficos (+17,5%). Já tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 21,8% face a 2019, também ele fortemente influenciado pelos efeitos da pandemia.

O tráfego de internet em banda larga móvel, também se registou uma subida de 28,1%, explicada sobretudo pelo aumento da intensidade de utilização do serviço. O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 24,3% face ao período homólogo. Cada utilizador consumiu, em média, 4,8 GB por mês, tendo o tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router sido de 22,3 GB (+42,5%). O efeito sazonal associado ao verão e, adicionalmente, o eventual impacto da Covid-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no 2.º trimestre de 2020, contribuíram igualmente para a evolução ocorrida, especialmente no caso das ofertas suportadas em PC/tablet/pen/router.

No mercado nacional, havia no final do ano passado 17,2 milhões de acessos móveis habilitados a utilizarem o serviço, dos quais 12,4 milhões (72,1% do total) foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 11,9 milhões.

No entanto, o número de assinantes que efetivamente utilizaram o serviço diminuiu em 62 mil (-0,5%) em comparação com o ano anterior, evolução explicada pela descida dos planos pré-pagos (-7,3% nos últimos 12 meses), que estão em queda desde 2013 e que representam agora 38,5% do total de acessos efetivamente utilizados. Já os planos pós-pagos e híbridos (+4,3% nos últimos 12 meses) mantiveram a tendência de crescimento que se tem verificado desde 2012, associada ao continuado aumento da penetração dos pacotes que integram o serviço telefónico móvel.

O regulador indica ainda que no final do 2020 a penetração do serviço móvel ascendeu a 166,6 por 100 habitantes. Considerando apenas os acessos móveis com utilização efetiva (excluindo machine-to-machine - M2M), a taxa de penetração era 120, valor que desceria para 115,1 por 100 habitantes se se excluíssem os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router). A penetração de acessos móveis comercializados em pacote com serviços prestados em local fixo era de 46,9 por 100 habitantes (pacotes convergentes).

O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 8,1 milhões, menos -0,5% que no final do ano anterior, para o que terá contribuído a redução da mobilidade associada ao coronavírus. Estima-se que, por efeito da pandemia, o número de utilizadores de internet móvel tenha diminuído 4,2% em 2020. Caso não tivesse ocorrido a pandemia, teria aumentado 7,3%.
Já em termos de tráfego de roaming, registou decréscimos em todos os tipos de tráfego face ao ano anterior, destacando-se o tráfego de Internet (-26% no caso do roaming in e -17,3% no caso do roaming out). O tráfego de internet vinha crescendo a taxas superiores a 50% nos últimos 5 anos.

Relativamente às quotas dos prestadores em acessos móveis com utilização efetiva, a MEO viu a sua quota diminuir 1,3 pontos percentuais, para 40,6%, seguida da Vodafone, que manteve a quota em torno dos 30,2%. Já a NOS subiu 1 ponto percentual, para 26,4% e a NOWO subiu 0,3 pontos para 1,7%, associada ao lançamento de ofertas com preços significativamente mais baixos do que as alternativas disponíveis.

Nas quotas de subscritores de acesso à internet em banda larga móvel, a MEO subiu 0,2 pontos para 38,6%, seguindo-se a NOS com 30,5% (mais 1,3 pontos percentuais), a Vodafone com 28,4% (menos dois pontos percentuais) e a NOWO/Onitelecom 2,2% (mais 0,5 pontos). Já em termos de tráfego, é a NOS que detém quota mais elevada, subindo 3,2 pontos percentuais, para 45,8%. Segue-se a MEO com 27,5%, (menos 0,8 pontos) e a Vodafone, com 26,3% (menos 2,4 pontos).


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