A inteligência artificial e os seus impactos - benefícios e perigos - estiveram omnipresentes na edição deste ano da Web Summit. O que é considerado o maior evento de inovação e empreendedorismo da Europa e até do mundo, que decorreu entre 13 e 16 de novembro, ficou marcado por ausências de peso de grandes gigantes, na sequência da polémica em torno das afirmações de Paddy Cosgrave, que acabou por se demitir há pouco mais de duas semanas. Mas a organização, agora liderada por Katherine Maher, garante que foi mais um grande encontro e bateram-se novos recordes.
No total, segundo a organização, o número de participantes ultrapassou os 70 mil, vindos de 153 países. 43% foram mulheres. A organização destaca ainda que mais de 38% dos oradores foram também mulheres, o que representou a mais alta percentagem de sempre. Num total de 16 palcos, debateram-se múltiplos conteúdos, desde desporto, música e entretenimento à tecnologia o futuro do trabalho e as cadeias de abastecimento.
Outro recorde destacado diz respeito ao número total de startups presentes no evento: 2.608 de 93 países. De jovens empresas a unicórnios ou até mesmo centauros em formação, todas puderam apresentar os seus projetos durante a Web Summit. Onde decorreu ainda um concurso PITCH, uma oportunidade para captar um dos mais de 900 investidores que marcaram presença, pelas contas da organização. Os dados da organização indicam ainda que se realizaram 1.180 reuniões de investidores, 70 ‘masterclasses', 17 rondas de competições Pitch e 25 eventos noturnos e festas Night Summit na cidade de Lisboa.
Entre as ausências de peso, para além das gigantes tecnológicas que boicotaram a sua participação, depois das declarações de Paddy Cosgrave sobre a guerra entre Israel e o Hamas, estiveram Marcelo Rebelo de Sousa, em viagem pela Guiné-Bissau. E a crise política nacional também afetou a presença dos políticos, embora o Ministro da Economia, António Costa, e o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, tenham marcado presença.
Katherine Maher desvalorizou a ausência de Marcelo e Costa na Web Summit, recordando que "há questões que dizem apenas respeito ao povo português e ao governo português". Já quanto à polémica sobre as declarações do fundador da Web Summit, deixou claro que este é um evento que vive da liberdade de expressão e que "não há coisas proibidas de debater".
"Como nova líder desta organização de staff credivelmente empenhado, e como defensora de longa data da tecnologia como força motriz para o bem da humanidade e da sociedade, a Web Summit continuará a ser o local mais importante para reunir e conectar pessoas e promover avanços críticos. conversas sobre tecnologia, sociedade e inovação", avançou a CEO da Web Summit, na sua primeira intervenção pública no âmbito do evento.Já na conferência de Imprensa que foi realizada garantiu que os principais parceiros do encontro consideraram que a organização tomou as decisões certas, garantindo que muitos dos que desistiram vão voltar no futuro.
