Uma passadeira inteligente que usa realidade aumentada para melhorar a performance dos atletas e evitar lesões foi a ideia vencedora dos Open Innovation Challenges. A iniciativa foi promovida pela Agência Nacional de Inovação (ANI) e pela NOS, visando desafiar as Instituições de Ensino Superior a apresentarem soluções inovadoras com base em tecnologia 5G.
A equipa vencedora é composta por professores e investigadores da Universidade de Évora, que foram premiados com cinco mil euros e irão agora ter a oportunidade de desenvolver a sua ideia em colaboração com a NOS.
A plataforma Best Yourself conta com um software que, através de realidade aumentada, permite ao atleta executar rotinas de treino enquanto responde a desafios colocados por ambientes virtuais. No final de cada sessão é atribuída uma pontuação de acordo com a capacidade de tomada de decisão, tempo de reação e grau de dificuldade do desafio da realidade aumentada. A dificuldade de cada treino será também induzida por um cinto tridimensional que permite aumentar a estabilidade ou instabilidade do movimento, ou colocar ou retirar peso corporal.
Para medir a resposta do atleta, a passadeira inclui um conjunto de sensores que fazem uma análise do movimento, medindo parâmetros como posição, velocidade, intensidade da força, ou resposta muscular. Através destes indicadores, a plataforma consegue inferir o padrão de marcha/corrida/ou salto do atleta, a posição em que coloca os pés, o tamanho da passada ou onde exerce mais força quando se move. O estudo desta análise possibilita a identificação de falhas de movimento aumentando a performance e evitando lesões ou contribuindo para a sua reabilitação.
"Com a democratização do 5G, a tecnologia avança a passos largos e novas possibilidades surgem para revolucionar a prática desportiva. A Best Yourself é uma solução inovadora que utiliza a realidade virtual para trabalhar aspetos físicos e mentais dos atletas, permitindo medir mais dados de forma mais precisa e em tempo real. Com isso, é possível desenvolver planos de treino personalizados e eficientes, prevenir lesões e otimizar a performance dos atletas. Como embaixadores do desenvolvimento tecnológico em Portugal, estamos satisfeitos por apoiar projetos como este, que trazem benefícios não só para o desporto, mas também para a saúde e o bem-estar físico dos atletas. Estamos comprometidos em continuar a promover a inovação e o avanço tecnológico em prol do desenvolvimento da saúde, do desporto e da sociedade como um todo", afirma em comunicado João Ferreira, Diretor da NOS Inovação.
"Com a chegada do 5G, tecnologias como a realidade aumentada ou outros ambientes imersivos passarão a fazer parte da nossa realidade, trazendo benefícios na saúde e alta performance. Na solução apresentada, a realidade aumentada disponibiliza uma forma única de interagir com cenários digitais, de forma imersiva e num ambiente controlado para prevenir lesões. Por outro lado, a quantidade e qualidade, de dados que são possíveis de recolher permitem um estudo muito mais completo do atleta e da sua evolução, permitindo corrigir os movimentos e ajudar os atletas a criar uma ‘memória' muscular e postural. Possibilitam, também, ao técnico desportivo orientar e melhorar a tomada de decisões dos atletas, um aspeto cada vez mais fundamental no desporto de alta performance", acrescente Catarina Gonçalves, investigadora principal do projeto.
As ideias submetidas foram avaliadas por um júri, composto por Jorge Graça, administrador e CTO da NOS, João Ferreira, Diretor da NOS Inovação, e Rodolfo Condessa, da ARMILAR, venture capital que apoia a NOS no seu Fundo 5G.
A iniciativa Open Innovation Challenges, enquadrada no âmbito do projeto Tech4Innov, é promovida pela ANI, no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas - Transferência de Conhecimento Científico e Tecnológico, cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020. Visa promover a transferência de conhecimento entre a indústria e a academia, de modo a criar valor para economia nacional, estimulando a criação de produtos e serviços inovadores, que respondam aos desafios atuais.